Sem se referir ao projeto da Superliga europeia de futebol, Thomas Bach apelou à salvaguarda do “modelo único europeu”, construído em torno da “função social e educativa do desporto”, sobre os pilares da “solidariedade e voluntariado”.
Thomas Bach, que falava à margem de um congresso promovido pela UEFA em Montreux, na Suíça, disse ainda que o modelo único europeu “permite que os benefícios obtidos nos níveis mais elevados sejam investidos nos níveis inferiores”.
“Infelizmente, temos de estar cientes de que esse modelo está altamente ameaçado. Focar nos benefícios económicos é ignorar a missão social do desporto e as reais necessidades da sociedade pós-coronavírus”, enfatizou o presidente do COI.
Bach, que prometeu aprofundar nos próximos anos “o compromisso de colocar o desporto ao serviço da sociedade”, considerou ainda que “se se olhar a tudo de uma perspetiva meramente empresarial, perde-se a missão social do desporto”.
O presidente do COI disse que, face às demonstrações de “egoísmo” que “ganharam terreno” durante a pandemia de covid-19, “é necessário mais solidariedade dentro das organizações desportivas e entre as organizações desportivas”.
No seu discurso no congresso, Bach destacou que as competições disputadas com segurança nos últimos meses, durante a pandemia, geraram “confiança” na possibilidade de se organizar com a mesma garantia os Jogos Olímpicos em julho.
No domingo, AC Milan, Arsenal, Atlético de Madrid, Chelsea, FC Barcelona, Inter Milão, Juventus, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Real Madrid e Tottenham anunciaram a criação da Superliga europeia, à revelia de UEFA, federações nacionais e vários outros clubes.
A competição vai ser disputada por 20 clubes, 15 dos quais fundadores — apesar de só terem sido revelados 12 — e outros cinco, qualificados anualmente.
A UEFA anunciou que vai excluir todos os clubes que integrem a Superliga, assegurando contar com o apoio das federações de Inglaterra, Espanha e Itália, bem como das ligas de futebol destes três países.
Entretanto, o organismo que rege o futebol europeu anunciou o alargamento da Liga dos Campeões de 32 para 36 clubes, a partir de 2024/25, numa liga única, em que cada equipa joga contra 10 adversários, cinco jogos em casa e cinco jogos fora.
Os oito melhores classificados vão ser apurados diretamente para os oitavos de final, enquanto os classificados entre o 9.º e o 24.º lugar vão disputar um ‘play-off’ para apurar outras oito equipas.
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