Pela segunda vez, o campeão europeu foi encontrado na ‘lotaria’, 45 anos depois de Antonín Panenka fazer história para a Checoslováquia. Desta vez, os transalpinos levaram a melhor, repetindo o que haviam feito face à Espanha nas meias-finais.
O selecionador inglês, Gareth Southgate, o ‘réu’ das ‘meias’ do Europeu de 1996, depois de um desempate por penáltis com a RFA em que só ele falhou, também em Wembley, foi desta vez vítima das suas escolhas para as grandes penalidades.
Rashford e Sancho foram apostas aos 120 minutos para bater os penáltis e ambos falharam, tal como Saka, que entrou aos 71 e nada melhorou na equipa inglesa. Mérito, nos remates de Sancho e Saka, para as defesas de Donnarumma, eleito o melhor do Euro2020.
Do lado dos ingleses, Pickford - como o guarda-redes que se prepara para trocar AC Milan por PSG - deteve dois pontapés, mas saiu sem nada, sendo que também brilhou nos 120 minutos e foi muito azarado no tento dos transalpinos.
A final acabou da pior maneira para os ingleses, que não conseguiram ‘trazer o futebol para casa’, mas não podia ter começado melhor, já que Luke Shaw marcou, logo aos dois minutos, o golo mais rápido da história das finais do Europeu.
Depois de uma primeira parte por baixo, os transalpinos começaram melhor a segunda e depois de Pickford salvar perante Chiesa, aos 62 minutos, Bonucci tornou-se o mais velho a faturar numa final, aos 67, na recarga a nova defesa do guarda-redes inglês, para o poste, em resposta a um cabeceamento de Verratti.
As duas equipas alternaram até final, prolongamento incluído, o domínio do jogo, mas sem resultados práticos, impondo-se então os penáltis, com os italianos a serem mais felizes, como na anterior conquista, no Mundial de 2006, então vencendo a França por 5-3, em Berlim, também depois de 1-1 nos 120 minutos.
Em relação às meias-finais, a Inglaterra apresentou-se com apenas uma alteração, a entrada de Trippier para o lugar de Saka, mas que implicou também a mudança de sistema, de 4-2-3-1 para 3-4-3, enquanto a Itália manteve o ‘onze’ e o 4-3-3.
O encontro começou, praticamente, com o golo dos anfitriões, não estavam cumpridos dois minutos: Shaw começou a jogada na esquerda, colocando em Kane, que lançou em profundidade Trippier, para este centrar da direita para o segundo poste, onde apareceu, novamente, Shaw a concluir de primeira, de pé esquerdo.
O golo empolgou os ingleses e perturbou os italianos, o que explica que, nos minutos seguintes, Trippier tenha voltado a ter mais duas vezes liberdade para centrar à vontade da direita, em duas jogadas anuladas pela defesa transalpina.
A Itália recompôs-se e equilibrou o encontro, mas só conseguiu criar perigo aos 35 minutos, numa jogada individual de Chiesa, que rompeu pelo meio em força e atirou forte de pé esquerdo, fazendo a bola passar muito perto do poste esquerdo.
Na resposta, Shaw trabalhou bem na esquerda, mas o seu cruzamento não teve aproveitamento e, já nos descontos, Immobile e Verratti tiveram dois remates quase seguidos, mas sem incomodarem Pickford.
Os transalpinos reentraram por cima e Insigne fez os dois primeiros remates, aos 51 e 53 minutos, com Mancini a lançar, de seguida, Cristante e Berardi, por Barella e Immobile.
Um livre de Shaw, para o cabeceamento por cima de Maguire, foi o primeiro sinal ofensivo dos ingleses, aos 55 minutos, mas a Itália continuou melhor, com Insigne a assustar, os 57, e Chiesa a proporcionar ‘enorme’ de defesa a Pickford, aos 62.
Os forasteiros acabaram por restabelecer mesmo a igualdade aos 67 minutos: depois de um canto na direita e um desvio ao primeiro poste, Verratti, ao segundo, cabeceou para grande defesa de Pickford, com a bola a bater no poste direito e a sobrar para Bonucci marcar, sem dificuldades, de pé esquerdo.
A Itália manteve-se por cima depois do golo e, aos 73 minutos, poderia ter chegado ao segundo, por Berardi, que rematou de primeira, antecipando-se a Pickford, um passe longo de Bonucci, mas não acertou no ‘alvo’.
Na parte final, a Inglaterra, entretanto com Saka e Henderson em vez de Trippier e Rice, abandonando os três centrais, voltou a equilibrar, com as duas equipas, com o passar dos minutos, a arriscar cada vez menos, tornando inevitável o prolongamento.
Mancini, que já lançara Bernardeschi para o lugar do lesionado Chiesa, apostou em Belotti e Locatelli (saíram Insigne e Verratti) para o tempo extra, no qual o primeiro momento alto foi um remate de Phillips ao lado, aos 97 minutos.
Pouco depois, Southgate fez entrar Grealish, mas foi a Itália que teve a melhor ocasião da primeira parte, com Emerson a centrar da esquerda, Bernardeschi a falhar por pouco o desvio e Pickford a conseguir defender com dificuldade.
Na segunda, prevaleceram os ingleses, que assustaram num remate de Grealish e num centro de Kane ao qual Stones quase chegou.
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