Portugal joga a fase de grupos na Eslovénia, que recebe a prova juntamente com a Hungria, estreando-se frente à Croácia na quinta-feira, às 21:00 locais (20:00 em Lisboa), em Koper, antes de rumar a Ljubljana, para defrontar Inglaterra (domingo, às 21:00 locais) e Suíça (31 de março, às 18:00). Os ‘quartos’, as ‘meias’ e a final disputam-se entre 31 de maio e 06 de junho.
“O maior desafio não é propriamente a divisão desta fase final, mas sim o tempo de preparação. Não vamos pensar nas duas [fases], vamos pensar apenas na primeira, mas o maior desafio é fazer três jogos sem tempo de preparação para qualquer um deles. Acho que isso é o que difere de todas as fases finais anteriores”, realçou Rui Jorge, em entrevista à Lusa, na Cidade do Futebol.
Com os campeonatos a meio, e a entrarem num momento decisivo, o técnico não acredita que seja um problema para os jogadores transitarem entre duas provas relevantes com equipas técnicas e colegas diferentes, em comparação com a fase decisiva, que se realiza após a conclusão das competições clubísticas.
“A partir do momento que nos concentremos em estágio, os jogadores têm capacidade de perceber que aqueles serão momentos decisivos para aquilo que eles pretendem. É uma fase a meio da época, é certo, mas, em termos da intensidade que os jogadores vão querer pôr e da concentração naquele momento, acho que não vai diferir da fase no final da época”, afirmou.
Rui Jorge vincou conhecer “muito bem” as três seleções que calharam em sorte no Grupo D, começando pela Croácia, a primeira adversária, na qual o selecionador encontra semelhanças com Portugal, “nas características dos seus jogadores, na sua forma de jogar e na forma ofensiva como pensam o jogo”, bem como no sistema tático predominante, o 4-3-3.
“Acho que é uma equipa semelhante à nossa em termos das suas qualidades. Eventualmente, nós com mais jogadores com capacidade de desequilíbrio individual, através de condução e drible, e eles com uma grande capacidade através do passe”, analisou.
Já a congénere inglesa “é uma equipa vertical, rápida, com muitos jogadores talentosos, com capacidade de desequilíbrio e de ferir a equipa adversária, com muitos golos marcados e boa capacidade de finalização”, apelidando a equipa da Suíça como “talvez a menos espetacular em termos de jogo”.
“Cai comparativamente às outras em relação ao número de passes que faz por posse de bola, mas é uma equipa muito segura e sólida, difícil de ultrapassar. Poderá ser um estilo menos apelativo em termos de jogo, mas acredito que não vai deixar de ser uma equipa bastante difícil de ultrapassar”, avisou.
Questionado acerca da possibilidade de a equipa das ‘quinas’ vencer o torneio, o treinador, de 47 anos, preferiu concentrar o foco, primeiro, nos três jogos da fase de grupos: “São todas elas seleções fortes, com as quais teremos de nos bater — e bem — para passar”.
“[O Europeu] Não pode ser visto de uma forma diferente dos três jogos que tivemos em novembro passado [na qualificação], em que, se perdêssemos, eventualmente nem aqui chegaríamos e seria bem pior para esta geração de jogadores. Seria mais nefasto cairmos naquela fase do que propriamente nesta fase não conseguirmos ser campeões”, retorquiu.
Em relação aos ‘alvos’ a abater, Rui Jorge considerou que, nesta altura, “é especular e falar um bocadinho pelo conhecimento geral”, destacando os “nomes já de grande estatuto” de França e Espanha, embora prefira “fazer outro tipo de avaliação, de os ver a jogar, de ver como funcionam como equipa e, depois, opinar”, não esquecendo que, “muitas vezes, países de menor referência em termos futebolísticos têm gerações de jogadores e equipas muito interessantes”.
A formação de Rui Jorge terá de terminar numa das duas primeiras posições do agrupamento para se qualificar para os quartos de final do Europeu de sub-21, que vai dispersar 16 seleções por quatro grupos e estava inicialmente previsto para ocorrer de 09 a 26 de junho.
Disposto por quatro cidades húngaras e outras tantas eslovenas, o torneio viu o formato ser remodelado devido ao adiamento do Campeonato da Europa sénior de 2020 para 2021, por força das medidas restritivas de combate à pandemia de covid-19.
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