O Real Massamá sente-se “enganado” pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), que hoje indicou o desfecho para o Campeonato de Portugal, devido à pandemia de covid-19, e lamentou que no final tenho sido “tudo uma mentira”.
O clube da zona de Sintra, que ocupava a segunda posição da Série D em igualdade pontual com o líder Olhanense, ambos com 57 pontos, reagiu em comunicado à decisão do organismo que rege a prova e não poupou nas críticas, visto que estavam em posição para disputarem os ‘play-offs’ de subida à II Liga.
“A primeira ideia que nos vem à cabeça é a de que, mais uma vez, fomos enganados. E por quem? Pela FPF”, começa por dizer o Real, na nota divulgada.
O Real Massamá dá conta de que foi “contactado por responsáveis da FPF para estar preparados para o play-off”, pelo que ficou revoltado depois de o organismo comunicar que o Vizela (Série A) e o Arouca (B), os dois clubes que totalizavam mais pontos na altura da suspensão do Campeonato de Portugal, foram hoje indicados para ascender ao segundo escalão.
“Afinal de contas, era tudo uma mentira. Sentimo-nos ludibriados. E por quem? Pela FPF”, reforçou.
O clube considera “inadmissível o fundamento da decisão no reconhecimento do mérito desportivo apenas com base no maior número de pontos, ignorando completamente o mérito desportivo dos outros clubes e de séries mais competitivas”.
O Real diz ainda que foi “espoliado” pela FPF, que “andou a atirar areia para os olhos dos clubes do Campeonato de Portugal, lançando um fundo que serviu para calar a maioria”.
A terminar, acrescenta que o desfecho é “uma questão de interesses, que a verdade desportiva foi mais uma vez metida no bolso e que só existe uma saída para o Presidente da Federação”.
Olhanense diz que decisão da FPF "viola claramente verdade desportiva"
O Olhanense considerou hoje que a decisão da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) de indicar Vizela e Arouca para ascenderem à II Liga, após a suspensão do Campeonato de Portugal devido à covid-19, "viola claramente a verdade desportiva".
"Para a nossa direção, que representa uma instituição com 108 anos, esta decisão viola claramente a verdade desportiva, o mérito desportivo, o critério de territorialidade e o regulamento da competição, não sendo nem justa nem equitativa", considerou a SAD algarvia, em comunicado divulgado na sua página oficial no Facebook.
A FPF indicou para a subida Vizela (líder da Série A, com 60 pontos) e Arouca (líder da Série B, com 58), reconhecendo o seu "mérito desportivo" face à "manifesta impossibilidade" de utilizar o ‘play-off' de subida.
À data da suspensão e depois conclusão da competição, Olhanense e Praiense lideravam as séries D e B com 57 e 53 pontos, respetivamente.
O Olhanense recorda que se encontrava no primeiro lugar da tabela na sua série, à semelhança dos "dois clubes escolhidos" pela federação, salientando que o seu objetivo era qualificar-se para o ‘play-off' de subida e não fazer melhor do que os outros líderes de séries.
"Qualquer pessoa sabe que os clubes que lutam nesta competição planeiam as suas estratégias desportivas com o objetivo de conseguir conquistar os primeiros dois lugares, que têm o acesso direto para o ‘play-off', e nunca com objetivo diário de somar mais pontos relativamente às equipas das outras series", frisa o emblema de Olhão, acrescentando que cada série "apresenta características e dinâmicas diferentes, que, como o regulamento do Campeonato de Portugal não tem em conta, não podem ser comparadas".
O Olhanense lamenta ainda que "ninguém da direção da Federação Portuguesa de Futebol" tenha tido "o cuidado de falar" com a SAD antes de divulgar o seu comunicado, "demonstrando uma clara falta de atenção" para os interesses desportivos e económicos do emblema algarvio.
"Esta violação de equidade é absolutamente inadmissível. Pelo nosso emblema e para o enorme respeito que temos pelos nossos sócios, adeptos, atletas, funcionários e pelas pessoas que, como nós, acreditam num futebol verdadeiro, iremos defender os interesses do Sporting Clube Olhanense em todas as instâncias oportunas, sem nunca esquecer que, no dia de hoje, o nosso trabalho e a nossa marca foram publicamente atropeladas", conclui o comunicado do Olhanense.
Fafe afirma que FPF prometeu 'play-off' de acesso à II Liga
A FPF atribuiu hoje as subidas de divisão ao Vizela, líder da Série A do terceiro escalão, com 60 pontos, e ao Arouca, primeiro da série B, com 58, e o clube fafense, segundo da série A, com 52, admitiu ter recebido a decisão com "pesar e indignação", ainda para mais depois da promessa de que a subida à II Liga seria decidida entre os dois primeiros classificados de cada uma das quatro séries.
"A FPF garantiu-nos que, caso viessem a disputar-se jogos das ligas profissionais, os ‘play-off' seriam jogados. Eram apenas seis jogos e poderiam ser realizados em condições de segurança. Estávamos em segundo lugar e muito lutámos para lá chegar. Esses seis jogos foram proibidos, mas os 90 jogos da I Liga vão acontecer", lê-se na nota publicada hoje no sítio oficial do clube.
Apesar de respeitarem a retoma da I Liga, uma prova com clubes que "movimentam receitas e interesses importantes, como os direitos de transmissão televisiva", os minhotos defenderam que a realização do ‘play-off' não iria acarretar mais riscos para a saúde pública do que os desafios do primeiro escalão, tendo questionado a diferença de critérios nas decisões tomadas.
"Se [os jogos da I Liga] não põem em perigo a saúde pública e podem ser realizados, porque não os seis jogos do Campeonato de Portugal? Porque somos pequenos? Porque vivemos em localidades mais pequenas? A dignidade das associações e dos seus sócios valem menos por isso?", interroga o clube.
A decisão hoje anunciada pela FPF, lê-se ainda no comunicado, vai ter "consequências trágicas" para o Fafe, que vive "tempos de muita angústia e aflição" para "honrar compromissos e salvar empregos", face à ausência de receitas com que vive desde a suspensão da competição.
Para tentarem compensar essas perdas, os minhotos pediram aos patrocinadores e sócios que mantenham as contribuições, tendo lembrado que esse esforço tem sido responsável por "equilibrar as contas".
O Campeonato de Portugal é uma competição em duas fases. Na primeira, 72 clubes competem em quatro séries de 18 equipas. Os dois primeiros de cada série disputam, depois, um ‘play-off' para encontrar os dois a indicar à II Liga.
A prova foi, no entanto, interrompida em março, quando faltavam disputar nove jornadas da primeira fase e todos os clubes se encontravam com o mesmo número de jogos.
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