“Há interesse por parte dos clubes de informar os atletas sobre a realidade das apostas desportivas e os seus perigos. O nosso objetivo é criar, nos próprios clubes, uma figura que dê formação a todos os escalões e nos ajude a educar e consciencializar os jogadores", disse.
Num painel sobre as vantagens e desvantagens de reportar denúncias no desporto, que decorreu no ISCTE-IUL, Rute Soares falou ainda sobre o trabalho desenvolvido pela FPF no combate à manipulação de resultados decorrente das apostas desportivas.
"As apostas em Portugal envolvem muitos milhões de euros. Não consideramos as apostas o ‘mau da fita'. O mercado das apostas vive da competição, mas a competição não vive das apostas. Tentamos dizer aos atletas que o seu jogo é em campo e não podem apostar na sua modalidade. Se apostam ou não, infelizmente não conseguimos saber", explicou.
José de Freitas, da unidade de integração da Federação Internacional de Ténis (ITF), confirmou não ter havido grande investimento nos torneios de menor categoria, que têm sido alvo de resultados viciados.
"Não houve investimento nos torneios de menor categoria. Os jogadores tinham, por exemplo, de ir a casas de banho públicas e era fácil chegar a eles e manipular resultados", lamentou.
O inspetor-chefe da Unidade Nacional de Combate à Corrupção, José Cunha Ribeiro, analisou as dificuldades relacionadas com as denúncias anónimas que chegam à polícia.
"Temos o problema de garantir a confidencialidade do denunciante durante todo o processo e as ferramentas são escassas. Não existem recursos que nos permitam, por exemplo, ir ao estrangeiro buscar informação", revelou.
O painel contou também com as presenças de Ingrid Beutler, do Comité Olímpico Internacional (COI), e de Fernando Paes Afonso, da Inovação e Tecnologia no Gaming.
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