“Acima de tudo, o que nós precisamos é de ser um Portugal dominador com bola, um Portugal que se consiga instalar no último terço, um Portugal que consiga ter uma dinâmica ofensiva que permita chegar com muita gente à área, com muitos remates”, explicou o selecionador português, numa antevisão do jogo.
Para Francisco Neto, Portugal terá de fazer o seu jogo, “tentar atacar a profundidade, tentar ter bola, reconhecer os espaços, ter jogadoras livres, ter boa dinâmica e procurar as zonas de finalização”.
A ‘receita’ ofensiva será essa, mas, Francisco Neto disse esperar “um jogo muito complicado”, no qual a formação das ‘quinas’ tem de estar, em todo o momento, muito equilibrada.
“Tanto com os Estados Unidos como em particulares com a Alemanha e a Nova Zelândia, o Vietname sempre teve situações de muito perigo nas suas transições. É a sua grande força, é a grande força ofensiva do Vietname”, explicou.
O selecionador luso detalhou que, quando ganha a bola, o Vietname “‘parte’ a equipa e, normalmente, explora a profundidade com quatro jogadoras muito agressivas e tecnicamente dotadas”.
“Temos de estar sempre equilibrados e respeitar ao máximo o adversário, porque isso é um jogo do Campeonato do Mundo e quem está aqui tem de ter qualidade. Temos de ter muito cuidado nesse momento, no momento em que perdemos a bola e no momento em que o Vietname a recuperar”, reforçou.
Após a ‘radiografia’ que fez, o técnico apresentou ainda o Vietname como “uma equipa que defende com muitas jogadoras, com todas as jogadoras atrás da linha da bola”.
“Jogam sempre com uma jogadora mais nas coberturas defensivas, naquilo que se chama normalmente um líbero, que retira sempre muita profundidade. Têm muita disponibilidade física para pressionar a bola e o que acontece, acima de tudo, é que há espaços, mas que se fecham rapidamente”, explicou.
Com maior ou menor dificuldade, a verdade é que só a vitória interessa, depois do desaire por 1-0 com os Países Baixos, no domingo, em Dunedin, onde o técnico destacou o crescimento luso na segunda parte, na qual, lembrou, chegou a dominar.
“Mesmo que o resultado tivesse sido outro, estes dois jogos tinham de se encarar da mesma maneira. O que mudou é que a nossa margem de erro é menor, não há muita margem de erro”, reconheceu.
Mas, nada acabou: “Há seis pontos em disputa e temos de ir atrás dos nossos pontos, para poder fazer aquilo que sonhámos, que é passar à fase seguinte, mas, para já, o nosso foco é o jogo com o Vietname, para depois, como dissemos desde o início, chegar ao último jogo a depender só de nós e ver qual é a nossa competência contra as campeãs do Mundo”.
Para dar um passo nesse sentido, Portugal vai jogar no mesmo local onde, há pouco mais de cinco meses, em 22 de fevereiro, selou o passaporte para o Mundial2023, com um 2-1 aos Camarões.
“Nós já nos rimos aqui um bocadinho enquanto estrutura. Há quem diga que não se deve voltar onde se foi feliz, há quem diga que não há duas sem três, porque é o nosso terceiro jogo lá. Acima de tudo, felizes por poder fazer mais um jogo no Campeonato do Mundo, muito orgulhosos por mais uma vez podemos ouvir o hino a ser cantado numa grande competição”, afirmou.
Hamilton é como a casa portuguesa na Nova Zelândia: “É um estádio que nós conhecemos bem, que, aqui, pode ser considerada a nossa casa. Por isso, vamos tentar aproveitar essa vantagem que está do nosso lado. Já que vamos jogar em casa, vamos procurar ser poderosos e dominadores”.
Atento ao fenómeno desportivo, Francisco Neto deixou, a finalizar, uma palavra ao nadador português Diogo Ribeiro, medalha de prata nos 50 metros mariposa dos Mundiais de natação, a decorrer em Fukuoka, no Japão.
“Aproveito a oportunidade para felicitar o Diogo [Ribeiro] pela medalha de prata. Estamos todos também muito orgulhosos aqui (…) Tem feito uma carreira incrível e nós estamos também aqui a apoiar todos os portugueses”, frisou.
Depois do desaire com os Países Baixos, Portugal joga na quinta-feira, pelas 19:30 (08:30 em Lisboa), em Hamilton, contra o Vietname, que se estreou com uma derrota por 3-0 face aos Estados Unidos.
Para continuarem na corrida aos oitavos de final, prémio para as duas primeiras classificadas de cada grupo, as comandadas de Francisco Neto precisam de bater as asiáticas, num embate entre estreantes, da segunda ronda do Grupo E.
No mesmo dia, pelas 13:00 (02:00 em Lisboa), em Wellington, os Estados Unidos defrontam os Países Baixos, na reedição da final de 2019, então conquistada pelas norte-americanas, que venceram por 2-0.
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