Infantino, que recentemente foi reeleito presidente do órgão governamental global do futebol, revelou aos delegados da Convenção da FIFA sobre o Futebol Feminino que pretende reavivar os planos "bloqueados" para criar uma competição global de clubes femininos.

A proposta faz parte de uma diretiva da FIFA para dobrar a participação mundial no futebol feminino para 60 milhões de dólares (53 milhões de euros) até 2026, enquanto a procura por uma competição feminina equivalente para o Mundial de Clubes masculino se mantém como prioridade na agenda de Infantino e Fatma Samoura, Secretária-Geral da FIFA.

A Liga Mundial Feminina foi originalmente pensada para ser uma competição anual com 16 das principais seleções, além de quatro ligas regionais e um sistema de promoção e despromoção.

"Propus há dois anos a criação de uma liga mundial feminina, porque o futebol da seleção é o catalisador do futebol feminino e vamos constatar isso agora no Mundial em França", disse Infantino.

"Infelizmente, este projeto foi um pouco bloqueado, digamos assim, ou colocado de parte. Posso dizer que vou colocá-lo novamente em cima da mesa, com ainda mais vigor e força, porque precisamos de promover o futebol feminino".

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"É por isso que precisamos de trazer de volta, no futebol, [a possibilidade] da Liga Mundial Feminina e do Mundial feminino".

"Precisamos ter uma identidade própria e apropriada para o futebol feminino, e isso só pode ser criado se tivermos uma secção dedicada dentro da administração [da FIFA], que deve impulsionar o desenvolvimento do futebol feminino."

"O futebol é um desporto dominado por homens, mas está a mudar e a evoluir. O melhor ainda está por vir, e chegará mais depressa do que muitas coisas".

Os seus comentários chegam no meio de um acesso debate sobre a aparente desigualdade entre o futebol masculino e feminino, destacado pelo fosso entre o dinheiro dos prémios monetários atribuídos no Mundial Feminino deste ano e o torneio masculino no ano passado.

Enquanto o torneio masculino na Rússia incluiu 400 milhões de dólares (351 milhões de euros) em prémios, um total de 50 milhões (44 milhões de euros) foram alocados ao evento feminino neste verão — dos quais 30 milhões de dólares (26 milhões de euros) tratam de prémios monetários e outros 20 milhões de dólares (18 milhões de euros) foram alocados para as 24 seleções que participam no torneio.

Infantino continuou: "Estamos a investir também no futebol feminino. Quando se trata [da subida] do prémio monetário no Mundial, de 15 milhões de dólares para 50 milhões, é suficiente? Não. Pode-se fazer melhor? Sim. Mas [este aumento] é um passo [nessa direção]."