A FIFA disse-o em outubro e, apesar do recente divórcio, a France Football não a contradisse: Cristiano Ronaldo foi o melhor futebolista do mundo em 2017.
O anúncio foi feito em plena Torre Eiffel, em Paris, com Ronaldo a aparecer risonho a segurar a sua quinta bola de ouro.
"É claro que me sinto muito feliz", disse o craque, quando questionado sobre o que sentia neste momento de consagração. Ronaldo agradeceu ao Real Madrid e "a todos os que contribuíram para eu [Ronaldo] estar em grande forma este ano" e salientou que os troféus "também ajudam a ganhar bolas de ouro".
E não é difícil perceber porquê da distinção. Este ano, civil, CR7 conquistou a Liga dos Campeões, a Liga Espanhola, a Supertaça Europeia e a Supertaça Espanhola (e ainda pode conquistar com o Real Madrid o Mundial de Clubes).
Mais: marcou 38 golos e assistiu por colegas por 9 vezes.
Em uníssono a instituição que tutela o futebol mundial e a publicação que é uma das maiores referências da imprensa desportiva fecharam uma década de Cristiano Ronaldo - Lionel Messi. Foram cinco Bolas de Ouro para cada lado.
Questionado sobre o impacto que os treinadores com quem se cruzou tiveram na sua vida, Ronaldo começou por agradecer e salientar que aprendeu sempre alguma coisa. "Obviamente, aprendemos sempre alguma coisa com os treinadores. Foram todos muito importantes para mim porque consegui sempre aprender alguma coisa. Obrigada pelas mensagens que me enviaram, pelos meus colegas que aqui estão, a minha família, senhor presidente… é isto que me motiva e a trabalhar e a tentar ser sempre melhor".
E quem poderá ser o próximo Ronaldo? "Somos todos diferentes (...) ter potencial não chega. É preciso ser profissional, ser ético", respondeu.
Nesta edição da Bola de Ouro, Lionel Messi conquistou a segunda posição, e Neymar ficou em terceiro. Veja aqui a listagem completa.
Cristiano em Espanha, Ronaldo na Europa
O galardão atribuído ao português pelo segundo ano consecutivo acontece num momento atípico da carreira do capitão da seleção portuguesa. Ronaldo atravessa uma seca de golos no campeonato - em 10 jogos marcou apenas dois -, o que, conjugado com o mau momento de forma da equipa, valeu ao campeão espanhol em título uma descida do topo para o quarto lugar na tabela classificativa.
O craque português destoa do Cristiano Ronaldo do ano passado, poupado e usado cirurgicamente por Zidane, treinador merengue que conseguiu tirar o melhor do português e assim elevar o clube.
Em relação à época passada, com o mesmo número de jogos, tem apenas menos um golo marcado, numa temporada que culminaria com a conquista da Bola de Ouro, muito conseguida também pelo empurrão dado pela conquista do Campeonato da Europa de seleções.
Com 18 jogos, em 2014/15, ano em que o craque português conquista a sua quarta Bota de Ouro, Ronaldo tinha já 26 golos marcados. Nos dois anos anteriores, em que foi considerado o melhor do mundo, com o mesmo número de jogos disputados CR7 somava 25 golos (2013/14) e 19 golos (2012/13).
Mas se no campeonato Cristiano está mal na vizinha Espanha, na Europa Ronaldo continua a ser… Ronaldo. Embalado por uma segunda conquista consecutiva da Liga dos Campeões pelo Real Madrid - algo inédito no atual formato da competição - o português carimbou esta quarta-feira mais um recorde pessoal ao marcar em todos os seis jogos da fase de grupos, fazendo um total de 9 golos.
A Europa parece ser o campo preferido do extremo que nas últimas cinco edições da ‘Champions’ foi coroado melhor marcador da competição em quatro ocasiões (2012/13, 2013/14, 2015/16 e 2016/17).
O fim de uma década, de cinco para cinco
Com a conquista da quinta Bola de Ouro, em consonância com prémio The Best também atribuído este ano pela FIFA ao português, o craque do Real Madrid iguala a prateleira do argentino Lionel Messi com cinco distinções.
Depois da vitória de 2007 do brasileiro Kaká, então no AC Milan, Ronaldo e Messi ganharam todos os prémios de melhor do ano da FIFA, o português em 2008, 2013, 2014, 2016 e 2016/17 e o argentino de 2009 a 2012 e em 2015.
Os dois ocuparam, aliás, sempre os dois lugares mais altos do pódio, com exceção para 2010, em que Messi venceu secundado pelos campeões do Mundo e companheiros de equipa Iniesta e Xavi, com o ‘capitão’ da seleção lusa apenas na sexta posição.
De resto, e depois do terceiro lugar de 2007, Cristiano Ronaldo, que se estreou a ganhar o prémio ainda como jogador do Manchester United, foi sempre primeiro ou segundo.
Por seu lado, o brasileiro Neymar soma dois terceiros lugares, em 2015 e 2016/17, como jogador do FC Barcelona. O espanhol Fernando Torres (2008), o francês Frack Ribéry (2013), o guarda-redes alemão Manuel Neuer (2014) e o francês Antoine Griezmann (2016) foram os outros jogadores que conseguiram chegar ao pódio.
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