19 Ligas dos Campeões. É esta o total de troféus que Real Madrid (13) e Liverpool (6) somam no que diz respeita à principal competição europeia de clubes, sendo que nos últimos 20 anos inscreveram o seu nome na lista de vencedores sete vezes. Por isso, quando o apito inicial se fez ouvir no Stade de France (atrasado, por motivos de segurança, nomeadamente devido a adeptos terem saltado o portão de acesso ao estádio), estávamos perante um encontro entre dois dos maiores clubes de futebol do Velho Continente.
Na verdade, estamos a falar de dois clubes que já se tinham defrontado na final da Liga dos Campeões por duas vezes: o Real foi derrotado pelos Reds em 1981 (última final da competição que perdeu, de resto), ao passo que o Liverpool sucumbiu aos Merengues em 2017 (Ronaldo estava do lado madrileno, Klopp já se sentava no banco da equipa da cidade dos Beatles). O jogo, por isso, serviria para desempatar o confronto direto em finais da Liga dos Campeões. E os primeiros minutos mostraram que quem estava mais disposto a isso equipava de vermelho.
Depois de 10 minutos relativamente mornos, o Liverpool tomou conta do jogo e obrigou Courtois a apresentar a candidatura a melhor jogador em campo, particularmente com duas intervenções a remates de Salah (num desvio a um cruzamento da direita) e Mané (que ainda viu a bola bater no poste). O Real, esse, ficava na expetativa e tentava sair rápido para o ataque, sem conduto incomodar Allisson.
Mas não nos deixemos enganar por este Real Madrid, campeão de Espanha com 13 (!) pontos de vantagem em relação ao segundo classificado e com Karim Benzema a fazer a sua melhor época de sempre – 44 golos e 15 assistências em 45 jogos –, melhor marcador da Liga dos Campeões (15 golos em 11 jogos!) e a apresentar-se como principal candidato a vencer a Bola de Ouro de 2022. Aliás, a única vez que a bola entrou na baliza na primeira parte foi pelos pés do francês, numa jogada que acabaria por seu anulada por fora de jogo (com alguma polémica à mistura).
E se o início da segunda parte não foi muito diferente do da primeira, com o Liverpool a dominar e o Real na expetativa, a verdade é que os Merengues acabaram mesmo por adiantar-se no marcador com um golo de Vinicius Júnior, que correspondeu da melhor forma a um cruzamento-remate de Fede Valverde. O jovem internacional brasileiro (21 anos), autor de 21 golos e 16 assistências em 51 jogos pelo gigante espanhol nesta temporada, apontava o seu quarto golo na Liga dos Campeões, ele que já tinha marcado frente ao Manchester City na primeira-mão das meias-finais da competição.
Logo depois, foi a vez de Courtois voltar a estar em evidência, ao negar o golo a Salah depois de um remate em arco do egípcio à entrada da área. O Liverpool voltava a carregar e lançava Diogo Jota para o jogo, o internacional português que é uma das armas atacantes dos Reds (21 golos e 6 assistências nesta temporada) mas que nesta partida começou no banco para permitir que Luís Diaz, o ex-Porto que substituiu, pudesse tornar-se no primeiro colombiano de sempre a jogar de início numa final da Liga dos Campeões.
Jota, de resto, ajudou a provocar novo pânico na área merengue, ao tentar assistir de cabeça Salah que, à boca da baliza, permitiu a defesa de Courtois (ainda que, sejamos justos, o ângulo para conseguir marcar o golo do empate não era o mais fácil). O mesmo Jota, a 10 minutos do fim, trocou de papéis com o egípcio e desviou um remate de Salah que – adivinharam? – Courtois defendeu para canto.
E só não volto a escrever que Courtois salvou o Real Madrid pouco depois, defendendo novo remate de Salah dentro da área, porque sinto que me estaria a repetir e não quero que este texto pareça enfadonho.
O Liverpool, que contou com o apoio de LeBron James, astro da NBA e acionista dos Reds, na bancada, bem tentou. Mas esbarrou numa muralha belga chamada Courtois, que salvou o Real Madrid em várias ocasiões e foi claramente um dos melhores jogadores em campo.
Com este resultado, o Real Madrid soma a sua 14.ª Liga dos Campeões, e Carlo Ancelotti soma o seu quarto troféu como treinador, tornando-se no técnico da história com mais vitórias na competição (venceu duas pelo Milão e duas pelos Merengues).
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