Nos Emirados Árabes Unidos, de quinta-feira a 12 de fevereiro, duas equipas comandadas por técnicos lusos estão na corrida à 18.ª edição da prova, juntamente com mais cinco clubes, entre os quais o favorito Chelsea, em representação da Europa.
Os ingleses e os ‘canarinhos’ só entram em ação nas meias-finais, sendo que não sabem ainda que clubes defrontam, tal com o Al Hilal, que tem como possíveis adversários o anfitrião Al Jazira ou o AS Piare, de Taiti, da Polinésia Francesa.
O vencedor do jogo inaugural, na quinta-feira, ou os sauditas jogam, depois, o acesso à final com o Chelsea, enquanto o Palmeiras defronta os egípcios do Al-Ahly, no que seria uma reedição do jogo do bronze de 2021, ou os mexicanos do Monterrey.
O ‘verdão’ está no Mundial de clubes na qualidade de detentor da Taça Libertadores, que venceu por duas vezes em 2021, primeiro em janeiro, na final da edição de 2020 (1-0 ao Santos), e, depois, em dezembro (2-0 ao Flamengo, após prolongamento).
Por seu lado, o Al Hilal venceu em novembro do ano passado a final da Liga dos Campeões asiática, numa final com os sul-coreanos do Pohang Steelers (2-0).
Desta forma, os dois treinadores portugueses estão na corrida a um feito inédito, já que nunca um técnico luso se sagrou campeão mundial, nem através do Mundial de clubes (2000 e desde 2005), nem pelo triunfo na Taça Intercontinental (1960 a 2004), disputada entre os campeões europeu e sul-americano.
Entre todos os técnicos lusos, o que esteve mais próximo de vencer foi Jorge Jesus, que chegou à final da edição 2019, ao comando dos brasileiros do Flamengo, que perderam com os ingleses do Liverpool por 1-0, após prolongamento.
Um golo de Roberto Firmino, aos 99 minutos, derrotou Jesus, que, pelo ‘Fla’, venceu Taça Libertadores, campeonato brasileiro, as supertaças sul-americana e brasileira, o campeonato Carioca e a Taça Guanabara.
Jesus começou nas meias-finais, fase que Manuel José atingiu em 2006, ao comando dos egípcios do Al-Ahly, que perderam por 2-1 com os brasileiros do Internacional, para, depois, acabarem no terceiro lugar, com um 2-1 aos mexicanos do América.
Além de Manuel José, só mais um treinador luso tem historial na prova, o agora repetente Abel Ferreira, que desiludiu na estreia, o ano passado, ao perder os dois jogos disputados e acabar no quarto lugar, a pior classificação de sempre de um conjunto da América do Sul.
O Palmeiras perdeu nas meias-finais por 1-0 com os mexicanos do Tigres, vencedores com um tento do francês André-Pierre Gignac, aos 54 minutos, de penálti, e, no jogo do ‘bronze’, caiu nos penáltis face aos egípcios do Al-Ahly (2-3), depois de 0-0.
De resto, mais nenhum treinador luso esteve presente, nem José Mourinho, atual técnico da Roma, apesar de ter conquistado por duas vezes a Liga dos Campeões, em 2003/04, ao serviço do FC Porto, e em 2009/10, ao comando do Inter de Milão.
Mourinho conquistou o ‘direito’ de disputar o título mundial em 2004 e 2010, mas, após os cetros europeus, mudou sempre de clube, primeiro do FC Porto para o Chelsea e depois do Inter de Milão para o Real Madrid, pelo que nunca pôde sequer tentar.
Em 2004, os portistas venceram a prova sob o comando do espanhol Victor Fernández, e, em 2010, o Inter de Milão ganhou liderado pelo também espanhol Rafa Benítez.
O FC Porto também venceu a prova em 1987, mas igualmente com um treinador estrangeiro: depois de vencer a Taça dos Campeões de 1986/87, Artur Jorge rumo ao Racing Paris, sendo substituído pelo então jugoslavo Tomislav Ivic.
Num embate inesquecível, devido à neve que cobriu o relvado do Estádio Nacional de Tóquio, o ‘onze’ de Ivic ganhou por 2-1, após prolongamento, graças a um golo do argelino Rabah Madjer, que já tinha sido um dos ‘heróis’ do 2-1 ao Bayern, em Viena.
Quanto ao Benfica, perdeu as edições da Taça Intercontinental de 1961 e 1962, face aos uruguaios do Peñarol e aos brasileiros do Santos, mas em ambas liderado por treinadores estrangeiros.
O húngaro Béla Guttmann, que conduziu os ‘encarnados’ aos triunfos na Taça dos Campeões em 1960/61 e 1961/62, esteve na final de 1961 e o chileno Fernando Riera na de 1962, edição em que o Santos ganhou por 3-2 em casa, com um ‘bis’ de Pelé, e por 5-2 na Luz, com mais três do ‘rei’.
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