O ano de 2007 marca a estreia de Pedro Sousa num torneio do circuito ATP, realizado entre 30 de abril e 6 de maio. Tinha o nome de Estoril Open, mas realizava-se, na altura, em Oeiras, nos complexos de ténis do Jamor.
Sousa, então, com 19 anos de idade, chegou à ronda 32 do torneio português, foi eliminado pelo russo Igor Kunityn, entretanto retirado da competição.
Hoje, 4 de abril de 2023, o tenista lisboeta de 34 anos, disputou os últimos pontos enquanto profissional e despediu-se oficialmente do mais importante torneio de ténis realizado em solo português, em vésperas dizer adeus à modalidade.
Uma carreira no ATP Tour (8 vitórias e 23 derrotas) que começa e acaba no pó de tijolo de um torneio com o mesmo nome — Estoril Open — organizado ao longo da história por duas entidades diferentes (João Lagos Sport e 3LOVE, a atual empresa responsável pelo evento) e realizado em Oeiras e no Clube de Ténis do Estoril, onde decorre desde 2015.
Pelo meio, Pedro Sousa foi totalista das oito edições do Millennium Estoril Open. Antes, já tinha subido aos courts em sete ocasiões. 15 presenças no maior evento tenístico em Portugal, um número desconhecido pelo próprio. “Não sou um gajo de estatísticas”, disse, a sorrir, ao SAPO24.
Na roda de jornalistas, na mix zone, vestido com a camisola da Academia dos Champs, questionado pelo SAPO24 sobre as boas memórias da sua passagem pelo Estoril Open, respondeu. “Boas memórias? Vou lembrar-me de algumas... é o torneio mais especial que temos em Portugal. Falo não só por mim, mas por todos, todos os anos são especiais. Houve anos em que fiz grandes jogos...uns ficaram na minha memória, como a vitória frente ao (Gilles) Simon e com o João Sousa, em que acabei por perder (ambos os jogos em 2018), mas foi um jogo incrível e no último sábado (na fase de qualificação). Foram bastantes os jogos e os bons momentos que passei aqui”, confidenciou aos jornalistas instantes após ter recebido uma homenagem no court central.
João Zilhão, diretor do torneio, ofereceu-lhe uma fotografia alusiva à passagem ao longo dos anos pela terra batida do Estoril Open, uma homenagem em que o “Peter Pan do ténis nacional”, conforme foi chamado por Miguel Seabra, speaker de serviço do torneio, acompanhado por tenistas portugueses presentes no Estoril Open.
“Não estava à espera. Estava a entrar no balneário (para tomar banho) e a Filipa Caldeira disse que não podia entrar. Não estava a perceber nada do que se estava a passar e foi incrível entrar mais uma ver no court central com amigos dentro do ténis e amigos fora do ténis”, reconheceu o tenista eliminado em três sets, minutos antes, no court Cascais, pelo francês, Luca Van Assche (91.º).
A lista foi encabeçada por João Sousa, Nuno Borges, Rui Carvalho e Francisco Cabral. “Faltaram alguns, faltou mais gente, mas o Gastão (Elias) fez falta. Foi bom ter sido homenageado no maior torneio ao lado dos maiores nomes do ténis português”, reconheceu.
Na hora da despedida, será em Oeiras que dirá o adeus definitivo. Ou quase. “Irei ao primeiro (17 a 23 de abril), de certeza, e talvez ao segundo (15 a 20 de maio)”, antecipou. Encerrar a carreira no CIF, em outubro, é um sonho que muito dificilmente será concretizado. “Não vejo maneira de competir até lá. Sem dúvida que seria o meu grande objetivo, mas se pensar muito bem no assunto não faz muito sentido arrastar-me até outubro, mas não sei, terei de falar com o diretor”, diz racionalmente.
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