Em 2021, o Cruzeiro faz 100 anos e torna-se um clube centenário. E, em 98 desses 100 anos, pôde dizer que nunca fez parte de outra divisão que não a primeira - onde jogam os melhores. Uma afirmação que deixou de ser verdade hoje quando, ao perder por 2-0 frente ao Palmeiras, selou a descida à Série B do campeonato brasileiro de futebol.
O problema não foi o jogo de hoje, ou não fossem os campeonatos uma competição que premeia a regularidade. Só esta época, o Cruzeiro teve cinco treinadores o que, por si mesmo, é um indicador da dificuldade que a equipa de Minas Gerais teve em encontrar o seu caminho no Brasileirão.
Curiosamente, o ano até começou bem. Em 2018, a equipa conquistou a 6º Copa do Brasil e a direção do clube comprometeu-se em investir para que a equipa fosse favorita nas competições em que estaria envolvida. Os resultados apareceram: o Cruzeiro foi campeão em Minas Gerais e apurou-se com relativa facilidade na fase de grupos da Copa dos Libertadores.
A sorte mudou a partir de maio e por motivos fora das quatro linhas. Surgiram denúncias de corrupção e de práticas irregulares, os adeptos dividiram-se e as fações do clube iniciaram uma guerra interna que acabou por contaminar os jogadores. Após as eliminações na Copa do Brasil e na Taça da Libertadores, tudo se agravou, apareceram mais casos de irregularidades, mais dívidas e culminou em salários atrasados.
Ainda a tempo de recuperar no Brasileirão, o Cruzeiro teve uma nova direção, os gestores investigados foram afastados e até ao fim os adeptos esperaram que fosse possível dar a volta, o que não aconteceu e hoje o destino foi selado com a derrota frente ao Palmeiras. segundo avança o site Bleacher Report, houve confrontos no estádio, com adeptos a atirar cadeiras e a polícia a ter de intervir com gás sobre a multidão. Um remate feio num clube com uma história de 98 anos.
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