1. Deadline Day
2. Tudo muito bonito, mas e em janeiro de 2021



1. Deadline Day

Sunderland, maus negócios e o pânico de uma má compra

Deadline Day. Quem viu a série documental "Sunderland Até Morrer" da Netflix sabe a enorme ansiedade que as derradeiras 24 horas do fecho do mercado de inverno provocam nas direções dos clubes — a The Athletic até pega nesta história para arrancar um extenso artigo sobre aquisições de última hora, que não são mais do que compras de pânico que não resultam. Existem vários exemplos na Premier League e especialmente no mercado de inverno. Andy Carrol (Liverpool, 40ME) e Fernando Torres (Chelsea, 50ME) em 2011 ou Juan Cuadrado (Chelsea, 25 ME) em 2015 são contratações que figuram quase sempre nas listas do que não fazer em janeiro.

Neste período a maquia exigida pelos clubes (e agentes) atravessa a linha daquilo que é considerado aceitável e o desespero do emblema comprador obriga a acionar o botão de pânico. É o medo de gastar em excesso a ser ultrapassado pelo medo de ficar a perder e as decisões comerciais racionais dão lugar ao impulso. Na maior parte das vezes, conduz ao remorso do comprador. Um desses casos é o da transferência de Will Grigg, explorado na série da Netflix, onde se filmam tempos em que um avançado do terceiro escalão inglês custava mais do que um central para jogar nos atuais campeões em título (já lá vamos).

Oli SCARFF / AFP

Em 25 de janeiro de 2019, a seis dias de chegar à data limite do prazo das transferências, o presidente do Sunderland, Stewart Donald, está exaurido da paciência. O plano traçado no verão está por um canudo, os golos para atingir a promoção rumo à Championship escasseiam e o melhor marcador da equipa, Josh Maja, apanhou o avião para França de modo ingressar no Bordéus. Isto, numa altura que precisavam desesperadamente de um avançado — idealmente até de dois — para atingir os objetivos.

O que Donald ainda não sabia é o quão desesperado iria ficar no dia 31. "É o melhor que podemos fazer. Esta é a oferta. Por isso, ou aceitam ou não", ameaçou a determinada altura durante as negociações que envolveram o avançado norte-irlandês que inspirou cânticos nos bares ingleses em Wigan durante a passagem pelo clube da cidade e nos estádios franceses que acolheram a sua seleção durante o Europeu de 2016.

No entanto, apesar das ameaças de que não o iria fazer, de que não iria subir a parada, a verdade é que acabou por ceder e pagar uma transferência no valor superior a três milhões de euros, o recorde da League One (terceira divisão da hierarquia do futebol inglês). Arriscou as fichas todas na contratação que iria levar à subida. Mas o fado, a Internet e os resultados assinalam em uníssono que nem o clube subiu à II divisão inglesa como planeado nem Grigg foi a solução para os males do Sunderland à frente da baliza.

Quer tudo isto dizer que devemos ignorar o dia e esperar apenas por falhanços e remendos? Não. Basta lembrar que um tal de Bruno Fernandes foi considerado pelos leitores da BBC há dias o melhor reforço de Inverno de sempre da Premier League. O português entrou diretamente no onze de Solskjær para revolucionar o jogo dos Red Devils há um ano e veio dar o gás que o meio-campo do United necessitava. O saldo de 53 jogos é francamente positivo: 28 golos, 18 assistências e quatro nomeações para Melhor Jogador do Mês que fizeram história.

Claro que existem mais casos de sucesso além de o português e que participaram diretamente nas conquistas das suas equipas. Nemanja Vidić (Man United, 10,5 ME, 2006), Luis Suarez (Liverpool, 26,5 ME, 2011) ou mais recentemente Virgil van Dijk (Liverpool, 84,5 ME, 2018) são disso exemplos. Fora da Premier League, só indo buscar notas do último defeso invernoso, há também o caso do norueguês Erling Braut Håland (Dortmund, 20 ME) que chegou à Alemanha para marcar golos quase por brincadeira ou de Dani Almo (RB Leipizg, 20 ME) que pegou de estaca na Bundesliga.

Oli SCARFF / AFP

2. Tudo muito bonito, mas e em janeiro de 2021

Trocas, rescisões a custo zero e empréstimos

Empréstimos. Muitos empréstimos. Em tempos de crise o balanço financeiro não permite excessos. Não há nenhum valor exorbitante a registar nem uma transferência sonante a fazer a manchete do dia. Pelo menos, nenhuma como aquelas perscrutadas num passado recente. Gastar 80 milhões num defesa (Virgil van Dijk) para cimentar o rock and roll de Jürgen Klopp simplesmente não é possível. Até os 25 milhões de Suarez parecem uma miragem.

Premier League

Na liga inglesa, a contratação mais cara e sem recursos a empréstimos foi a de um jovem extremo de 18 anos (Diallo) e mais de metade dos 20 clubes decidiram não acrescentar ninguém a título definitivo à sua equipa principal em janeiro. Desses, convém ressalvar, apenas cinco (Manchester United, Liverpool, Aston Villa, West Ham e Brighton) gastaram dinheiro em negócios definitivos.

No caso dos campeões em título, o que se gastou foram mesmo 500 mil euros no segundo Ben Davies (não confundir com o Tottenham) da liga, um central de 25 anos que chega do Preston, clube da II divisão, para safar a onda de lesões que tem varrido a linha mais recuada dos Reds — que já de madrugada confirmaram também o promissor central turco Ozan Kabak, de 20 anos, do Schalke 04, com opção de compra.

Os gastos estão muito distantes dos verificados no verão quando mais de mil milhões de euros foram despendidos pelos 20 clubes que compõem o principal escalão da Premier League. O mesmo se passou na última janela de janeiro quando 268 milhões de euros foram alocados para investir nos passes de Bruno Fernandes, Jarrod Bowen, Sander Berge ou Daniel Podence. A chegada da pandemia obrigou a esticar os recursos a curto prazo e a espalhar dúvidas sobre os planos a longo prazo. O dinheiro, em suma, começou a secar. E desde 2015 que em janeiro não se gastava tão pouco.

Amad Diallo chega a Old Trafford a troco de 21 milhões de euros (mais 20 milhões se o jogador atingir certos objetivos) e chega proveniente da Atalanta. É uma aposta de futuro, excitante e que assinou contrato até 2025. Solskjær, o treinador que tem a missão de o acolher e polir o diamante, acredita que o pupilo (que já marcou na estreia pelos sub23 do United) "é uma das promessas mais excitantes no futebol".

Há só um senão: enquanto profissional disputou apenas 59 minutos de futebol sénior. Ou seja, Diallo só jogou em duas ocasiões pela Atalanta nesta temporada, sendo um substituto não utilizado em 11 encontros. Ora, um início tão modesto poderá entrar em conflito com a verba paga pelo United ao olho do adepto, mas a realidade é que Diallo ainda precisa de ganhar massa corporal para aguentar com o cabedal dos defesas adversários. Mais: com a turma de Solskjaer em boa forma, não se vê para já aquela urgência desnecessária na sua utilização.

O que não quer dizer que o United não sinta falta de alguém no corredor direito do ataque — e Diallo tem o potencial para preencher esse ponto problemático com uma mistura convincente de rapidez e técnica. O seu forte, escreve quem sabe, está no drible. Além de ter uma aceleração impressionante, o baixo centro de gravidade permite fazer autênticas jogadas de jet-ski, o que significa o flanco que está órfão de qualidade encaixa no seu perfil. No papel, tem tudo para singrar e justificar o seu investimento. Agora é ver como se avança a sua evolução.

No entanto, se há quem compre com os olhos postos no futuro, há quem pense no imediato. Foi o caso do Aston Villa, ao adquirir o passe de Morgan Sanson (Marselha, 16 ME). Aos 26 anos, o francês dá o salto qualitativo para a Premier League e chega para competir diretamente com Ross Barkley e John McGinn. É um nome que vem acrescentar qualidade ao plantel e dar profundidade a uma equipa que por si só já bastante agradável à visão do espetador. Futebol de transição, rápido e em busca do golo. Grealish é o craque de serviço, mas está bem escudado por outros jogadores que agora recebem a competição de mais um elemento de qualidade.

Num contexto diferente, há que salientar ainda a chegada de Martin Ødegaard a Londres (empréstimo), para ingressar no Arsenal. Será que é agora que vai confirmar o astuto de menino-prodígio que levou ao Real Madrid a contratá-lo com 16 anos? A falta de um criativo no meio-campo dos Gunners era uma falha há muito apontada por adeptos e imprensa. Partey foi a contratação mais cara no verão, mas é preciso quem crie golos. Ødegaard, hoje com 22 anos de idade, chega para colmatar esse espaço. E abrir caminho para as arrancadas de Aubameyang.

O que se pode esperar do médio ofensivo? O pé esquerdo é munido de técnica de jogador acima da média e o último empréstimo foi bem-sucedido em San Sebastián, onde joga a Real Sociedad. Tanto assim foi que levou a que Zidane, treinador do Real, chamasse o norueguês para retornar à casa-mãe para começar esta temporada vestido de branco. Mas a realidade é que Ødegaard sai de Espanha tendo jogado apenas 367 minutos. Não marcou golos, não fez assistências e não ostenta números que excitem os adeptos do Arsenal (nem dá motivos para que os de Madrid lamentassem realmente a sua partida como lembra o The Guardian).

Por outro lado, Nuno Espírito Santo (NES) precisava de um lobo atacante para reforçar a sua alcateia no Wolverhampton, que se debatia com poucas opções para o ataque, face à lesão do mexicano Raúl Jiménez. O homem que chegou foi alguém que até conhece bem Ødegaard: o avançado brasileiro Willian José, que entrou em campo apenas dois dias depois de ter aterrado em Inglaterra e que até já foi apontado ao Tottenham no verão. Chegou da Real Sociedad e veio com a missão de acrescentar opções ao ataque. Alto, possante e com bom jogo de cabeça, poderá ser uma peça que ajudará a desbloquear alguns encontros mais difíceis.

Em resumo, após 170 jogos e 62 golos no Anoeta, Willian José chega a Inglaterra por empréstimo, tendo a turma do Molineux opção de compra. Fábio Silva, porém, deverá continuar a merecer a confiança de NES para continuar a jogar de início. No último jogo, elogiou o jovem português e a sua ética de trabalho.

Outro avançado que ingressa na Premier League e que deverá criar sururu é Jean-Philippe Mateta. Aos 23 anos, o francês chega para ajudar o Crystal Palace a garantir a manutenção e a fazer um campeonato tranquilo. A esperança é que emparelhe rapidamente com Wilfried Zaha e crie um duo dinâmico e explosivo no ataque.

Esta temporada, ao serviço do Mainz 05, que milita na Bundesliga, marcou 10 golos em 17 jogos e vive o seu melhor momento da carreira. O negócio é novamente por empréstimo, como dita a regra de janeiro, mas com cláusula de opção de compra. Se render o que dele é esperado, o Palace deverá trabalhar no sentido de manter o avançado.

Alto e bem apetrechado fisicamente parece ser uma daquelas contratações a ter em conta para o que resta da temporada — especialmente com a falta de fogo dos homens da frente. Christian Benteke (3 golos, 15 jogos) não está com a pontaria afinada, Michy Batshuayi (15 jogos, 1 golo) continua sem convencer e Jordan Ayew (1 golo, 15 jogos) parece uma sombra daquilo que fez a época passada.

Numa jogada já depois das doze badalas, o Southampton assegurou a contratação do extremo Takumi Minamino, do Liverpool, até ao final do ano. Para a cidade que dá nome a este último, mas para o outro lado do rio Merseyside, chega o norueguês Joshua King, agora ex-Bournemouth. O avançado, de 29 anos, é o assim o mais recente reforço de Carlo Ancelotti e assinou um contrato válido com o Everton para os próximos cinco anos e meio. No CV constam 161 jogos na Premier League e 48 golos pelos Cherries.

Já o Arsenal anunciou as saídas por empréstimo (claro) de Ainsley Maitland-Niles para o West Bromwich e de Joe Willock para o Newcastle, até ao final da temporada. Os dois jogadores ingleses são pratada da casa e vão prosseguir o desenvolvimento e ter mais tempo de jogo. O primeiro tem 23 anos, já foi internacional inglês por cinco ocasiões, disputou 21 jogos esta temporada maioritariamente como lateral. O segundo, dois anos mais novo, apareceu também em bom plano, nomeadamente na Liga Europa, apontando três golos em 17 partidas. A mudança acontece apesar de ambos terem sido opções regulares de Mikel Arteta.

E Por falar em Arsenal e Arteta. Chegou ao fim a novela em que o divórcio parecia o único desfecho possível: Mesut Özil, depois de passar sete anos em Inglaterra e conquistar um Mundial (2014) vai continuar a carreira nos turcos do Fenerbahçe. Sem jogar desde março de 2020, era o jogador mais bem pago do plantel do Arsenal, com um salário anual estimado em 20 milhões de euros, previsto expirar no final da atual temporada.

Ainda em Londres, mas a ver com o Tottenham de José Mourinho. Gedson Fernandes foi emprestado ao Galatasaray após ter jogado pouco nos Spurs. O passe continua a pertencer ao Benfica, mas o ex-jogador encarnado vai mesmo prosseguir a carreira na Turquia — ainda que a cedência não inclua cláusula de opção de compra. Curiosidade: o jornal O Jogo sugere que imprensa local dá conta que o jogador chegou ao país num avião-ambulância por ter testado positivo ao coronavírus há pouco tempo e que o presidente do clube do emblema de Istambul teve mesmo de encetar contactos com o ministro turco da Saúde, de modo a que o jogador português obtivesse autorização para viajar a partir de Londres.

La Liga

Uma das transferências marcantes no país vizinho leva-nos até à Andaluzia e a um clube que tem várias caras conhecidas dos portugueses. O Sevilha, de Julen Lopetegui, Óliver Torres, Marcos Acuña, Fernando e Gudelj, recrutou o argentino Alejandro "Papu" Gómez aos italianos da Atalanta. Aos 32 anos, assinou um contrato até junho 2024.

O preço? Não se sabe os adornos oficiais desta mudança, mas segundo o jornal espanhol A Marca a transferência deu-se pela módica quantia de 5 milhões de euros (mais objetivos). Ficava livre no verão, mas assim assina já pelos atuais "Reis" da Liga Europa. A estreia deu-se este fim de semana diante do Eibar e, ainda que não tenha dado para dar o ar da sua graça, não restam muitas dúvidas de que estamos perante uma das contratações mais sonantes deste janeiro em Espanha.

Chegou a Bergamo em 2014 e rapidamente marcou passo ao tornar-se capitão e uma das peças basilares no sempre complicado esquadro tático (embora com a mesma dose de excitação) montado por Gian Piero Gasperini. Foram mais de 250 jogos pelos Orobici em que marcou 59 golos e fez 71 assistências. O ano passado viajou até Lisboa, para uma inédita fase final a oito, e capitaneou a equipa até aos quartos-de-final da Liga dos Campeões. Mas a vontade de partir para outros voos levou à sua saída.

Outra contratação a ter conta passa pela chegada de Moussa Dembélé ao Atlético de Madrid. O francês vem ocupar a vaga deixada por Diego Costa (rescindiu e está sem clube) e promete lutar por um lugar com João Félix e Luis Suárez (que apesar dos sinais de ostentar um pouco de peso a mais não para de dar com a baliza, marcando 14 golos em 20 jogos que disputou pelos colchoneros). Os atuais líderes da La Liga pagarão 1,5 milhões de euros pelo empréstimo até ao final da época, com a opção de tornar a mudança permanente no verão. O Lyon já anunciou que o preço fixado para selar o negócio é de 33,5 milhões de euros (+ 5 milhões mediante objetivos). Nas últimas temporadas fez 92 jogos e marcou 46 golos.

Quem fala a língua de Camões e aterrou em Valência para reforçar os Che foi Ferro, do Benfica. O jovem central, de 23 anos, não entrava nas escolhas principais do treinador do Benfica, Jorge Jesus, que, ainda assim, utilizou o jogador em sete jogos na primeira metade da época. Ferro vai partilhar balneário não só com os compatriotas Thierry Correia e Gonçalo Guedes, mas também com o avançado italiano Patrick Cutrone, que acaba de chegar proveniente dos ingleses do Wolverhampton. Tanto o italiano como o central português chegam por empréstimo. No caso do primeiro, sem cláusula de opção de compra.


Serie A

O AC Milan continua a investir, mas a fazê-lo de acordo com um plano bem delineado para acordar um gigante adormecido: contratar juventude para amadurecer e tirar proveito de uma política acertada de contratações mais experientes (Zlatan Ibrahimovic).

As chegadas do central inglês Tomori (empréstimo do Chelsea, com opção de compra de 25 milhões de euros para assegurar os serviços do jovem de 23 anos a título definitivo) e do veterano Mandzukic (estava sem equipa) em janeiro espelham bem esta política de contratações. Pelo meio há ainda a registar a chegada do centrocampista Soualiho Meïté (26 anos) que promete acrescentar músculo e força ao miolo.

Esta junção de meninos quase adultos a homens feitos para que juntos a chama Rossoneri consiga escalar até a um cume que tem a concorrência da Juventus (que assinou com Nicolò Rovella, um dos maiores destaques do futebol italiano, mas que só estará disponível para a próxima época) e o Inter de Milão (que não registou qualquer entrada), dois clubes com uma folha salarial diferente e com nomes que automaticamente atiram os dois conjuntos como candidatos crónicos ao título.

Viajando da Lombardia para Bergamo, não há como evitar falar de que Papu Gomez saiu da Atalanta por causa de um arrufo com o treinador. Assim, os Giocatore deram as boas-vindas a Kovalenko. O ucraniano, de 24 anos, chega proveniente do Shakthar Donestk e estava em final de contrato, tendo custado sensivelmente 700 mil euros por essa razão. É um jogador que vale bem mais do que isso. É internacional e já ganhou quatro campeonatos pela equipa de Luís Castro.

No entanto, há algo indubitavelmente verdadeiro: o legado do argentino é difícil de preencher e calçar as botas do ex-capitão também. Não é só o que fazia no campo, mas também o que representava para os adeptos fora dele. Era o virtuoso, a magia e o pequeno combativo que funcionava como maestro de uma orquestra oleada. A seu tempo se verá se a equipa de Bergamo voltou a ser certeira no mercado. 

Em Roma, há uma notícia da chegada de um reforço para Paulo Fonseca. Com apenas seis jogos realizados nos chineses do Shanghai Shenhua durante 2020, El Shaarawy regressa ao país Natal a custo zero para tentar relançar a carreira. De notar que há meros dois anos fez o percurso inverso. Ou seja, a turma da cidade mais populosa da China pagou 16 ME pelos seus prémios. Agora, voltou para jogar e não sem euros envolvidos. O talento está lá, falta o resto. Em forma e comprometido trará valor ao conjunto romano; se assim não for não deverá ter espaço.


Bundesliga

O destaque no campeonato germânico terá de ir para a chegada de Szoboszlai à Arena com nome de bebida energética ou não tivesse o RB Leipzig ganho a corrida para comprar o húngaro que despontou no Red Bull Salzburg, na Áustria. É tido com um dos futuros talentos europeus no mundo do futebol e tem merecido rasgados elogios por vários sites da especialidade.

A imprensa especulou muito sobre o interesse de Arsenal e AC Milan no jogador de 20 anos, mas o médio ofensivo decidiu permanecer na "família Red Bull" e juntar-se à equipa de Julian Nagelsmann em janeiro. Os alemães bateram a cláusula rescisão de 25 milhões de euros e vão contar com um dos nomes a ter em conta nos próximos tempos.

Alto (1,87 m) e elegante com a bola nos pés, tem uma passada larga e joga tendencialmente descaído sobre o lado esquerdo — mesmo que por vezes dê numa de nómada até o centro do terreno. Szoboszlai tem sido um dos pilares da formação de Salzburgo ao longo de toda a época e tanto parte para o golo como dá a marcar. Um dos seus pontos fortes passa pela visão periférica; quer em jogo corrido quer na hora de bater bolas paradas (atributo lhe valeu a alcunha de David Beckham húngaro).

Quem também se mexeu no mercado foi o Bayer de Leverkusen que optou por reforçar a defesa com as contratações de Timothy Fosu-Mensah (Man United) e Jeremie Frimpong (Celtic), ao passo que o extremo Demarai Gray (Leicester) chega para ser mais uma opção para o ataque. A curiosidade caberá no preço do lateral holandês recrutado à equipa escocesa: 11 milhões de euros. Há dois anos os The Bhoys tinham pago 380 mil euros ao Manchester City pelo passe do jogador.

O Dortmund não registou qualquer entrada e o Bayern Munique foi buscar apenas Dimitri Oberlin ao Basileia, a custo zero. Já o Schalke 04 garantiu a contratação de Mustafi, que chega do Arsenal até ao final da temporada.


Ligue 1

Na liga francesa, o destaque terá de ir para os 20 ME pagos pelo Mónaco pelo passe de Krépin Diatta (Club Brugge). O senegalês, de 21 anos, joga tendencialmente no corredor direito, mas também pode jogar na esquerda no ataque. É rápido, chega facilmente à linha de fundo e até já fez dois jogos pela equipa do principado.

O clube monegasco vive a melhor fase da época e mantém a perseguição ao topo da tabela (o Lille está a 6 pontos de distância, no primeiro lugar, com 48). Diatta, que tanto pode atuar a lateral como a extremo, poderá dar um forte embalo nas aspirações da equipa para terminar em lugar de Liga dos Campeões.

Quem também trocou a Premier League pelo campeonato francês foi Islam Slimani. Se o Lyon ficou sem uma das principais referências do ataque, os Les Gones garantiram ainda assim o empréstimo do argelino que já representou o Sporting CP em Portugal.

Arkadiusz Milik também se vai aventurar por terras gaulesas. O polaco não fazia parte das opções de Gattuso, técnico do Nápoles, que facilitou a transferência para o Marselha. André Villas-Boas terá colocado o lugar à disposição da administração, mas de acordo com os napolitanos, Milik é inicialmente cedido ao OM até ao verão do próximo ano, mas com obrigatoriedade de compra.

Os atuais campeões em título (PSG) não estiveram particularmente ativos no mercado e compraram apenas o jovem Sekou Yansané, de 17 anos, ao Dijon.