Com a cerimónia de abertura agendada para as 20h00 locais (19h00 em Portugal), desta quarta-feira, e os 27 atletas portugueses a desfilarem na Praça da Concórdia e pelos Campos Elíseos, Portugal começa já amanhã a competir nos Jogos Paralímpicos, em Paris.

A comitiva lusa deste ano é a mais pequena desde os Paralímpicos de 1988, em Seul, na Coreia do Sul, onde contou com 13 representantes. No entanto, é a comitiva que vai representar as cores nacionais num maior número de modalidades, mais precisamente, dez.

Entre elas estão o atletismo e a natação em destaque, mas também o badminton, o boccia, a canoagem, o ciclismo de estrada e de pista, o judo, o tiro, o halterofilismo e o trialto - Portugal estreia-se nestas duas últimas modalidades neste Jogos.

Entre os 4400 paratletas que vão competir, de 168 países e em 22 desportos diferentes, os atletas nacionais assumem querer dar o seu melhor.

“Queremos ultrapassar os resultados de Tóquio”, disse Luís Figueiredo, chefe da Missão a Paris’2024, em declarações à Lusa. Antes de rumarem à capital francesa, Figueiredo refletiu que todos os paralelas partiam “com espírito e ambição” e que “todos fazem a sua preparação com o objetivo final de atingir finais e ganhar medalhas”.

Mas, sem promessas: “Não vamos estar aqui a prometer finais, nem medalhas, os Jogos são uma competição diferente, têm uma carga emocional muito grande e competitividade acima da média. Não podemos traçar objetivos muito ambiciosos, pois estamos a criar pressão adicional nos atletas”, acrescentou.

Nos Jogos de 2020, que aconteceram em 2021 devido à pandemia da covid-19, Portugal esteve representado por 33 atletas, que competiram em oito modalidades.

Norberto Mourão, na canoagem, e Miguel Monteiro, no lançamento do peso, conquistaram ambos o bronze, as duas medalhas atribuídas a Portugal. Além dos paratletas terem conquistado ainda um diploma paralímpico cada, Telmo Pinão, no ciclismo de pista, conquistou o terceiro diploma nacional.

Ao todo, os portugueses já arrecadaram 92 medalhas nas dez edições de Jogos Paralímpicos em que marcaram presença, desde a edição de 1972, em Heidelberg, na Alemanha.

Este ano, a missão é mais do que conquistar medalhas e diplomas olímpicos.

“Cada vez temos menos atletas paralímpicos, precisamos urgentemente que as entidades, não só governamentais, mas a própria sociedade, participem neste movimento e façam com que os seus familiares, que têm deficiências, pratiquem desporto e venham para o desporto paralímpico”, disse o chefe da missão, numa tentativa clara de atrair e captar novos atletas.

“É necessário que os jovens voltem ao desporto e Paris será o ponto de partida para isso mesmo”, explicou.

O presidente do Comité Paralímpico de Portugal, José Manuel Lourenço, já alertou que a escassez de novos atletas pode pôr em risco a participação de Portugal nos próximos Jogos Paralímpicos, a edição de Los Angeles 2028.

Para saber quem são os portugueses em competição nos próximos dias em Paris, em que modalidades competem e o calendário das provas, pode aceder ao site do Comité Paralímpico de Portugal, que disponibiliza todas as informações aqui.

*Com Lusa