Questionado se está pronto para dar luz verde ao concurso do TGV, o antigo ministro das Infraestruturas respondeu que o fará “sem nenhuma hesitação” e que “quanto mais depressa, melhor”.

“Esse é um dos projetos mais estruturantes para o país, foi comigo que iniciámos esse processo, e nós já estamos atrasados demasiados anos”, considerou, defendendo que “o Governo tem todas as possibilidades, toda a legitimidade para avançar com um projeto que já se iniciou há algum tempo e que precisa de ser posto no terreno rapidamente”.

O candidato a secretário-geral do PS falava aos jornalistas antes de um encontro com jovens, em Lisboa.

Já numa intervenção perante jovens socialistas, Pedro Nuno Santos elegeu como prioridades o emprego, a habitação, a mobilidade e o custo de vida.

No que toca ao emprego e aos salários, o ex-ministro considerou que constitui “a maior batalha” e implica o crescimento e a modernização da economia, e recusou que a redução do IRC seja a solução para os problemas económicos, como propôs o PSD.

No que toca à habitação, Pedro Nuno Santos defendeu a necessidade de aumentar a oferta pública e considerou que estas habitações não se devem destinar apenas à população mais carenciada, mas também à classe média.

O antigo ministro das Infraestruturas considerou que é necessário ir mais longe do que a meta estabelecida pelo Governo de duplicar o número de camas em residências públicas, e propôs um levantamento das necessidades que permita dar resposta às “reais necessidades” dos estudantes deslocados.

O ex-governante defendeu também ser necessário “alargar o nível e gratuitidade do ensino superior”, passando pelas propinas, e propôs o alargamento da gratuitidade dos transportes públicos para todos os jovens.

Antes da intervenção de Pedro Nuno Santos, o secretário-geral da Juventude Socialista (JS), que abriu esta apresentação da candidatura, manifestou o seu apoio e disse que o candidato conta com o apoio dos 10 deputados da JS.

Miguel Costa Matos manifestou “orgulho” no candidato, que disse ser “convicto, mobilizador, unificador do partido”.

O líder dos jovens socialistas considerou também que Pedro Nuno Santos é “um líder que faz” e “que une”.

“Hoje sabemos que da esquerda à direita do nosso partido, todos os socialistas podem unir-se em torno deste Portugal inteiro [o slogan da candidatura] e do grande líder que é Pedro Nuno Santos”, defendeu.

O primeiro-ministro confirmou na sexta-feira a intenção de lançar o primeiro concurso para a construção da linha de alta velocidade entre Lisboa e Porto em janeiro se houver acordo do líder do PSD.

“Em janeiro, tudo estará pronto para poder lançar o concurso, mas tendo em conta a atual situação política, o concurso só será lançado se o futuro líder do PS e o atual líder do PSD derem luz verde”, disse António Costa, no Dubai, onde esteve a participar na 28.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28).

O projeto de alta velocidade Lisboa-Porto, com um custo estimado de cerca de 4,5 mil milhões de euros, prevê uma ligação entre as duas cidades numa hora e 15 minutos, com paragem possível em Leiria, Coimbra, Aveiro e Gaia.

Paralelamente, está também a desenvolver-se a ligação Porto-Vigo, dependente da articulação com Espanha, com nova ligação ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro e troço Braga-Valença (distrito de Viana do Castelo).