“Os factos investigados compõem a prática dos crimes de corrupção passiva e ativa, associação ilícita, fraude em licitações e branqueamento de capitais”, anunciou a Polícia Federal em comunicado sobre uma operação que começou na capital brasileira.
As investigações sobre supostas irregularidades nos preparativos para o Mundial de 2014 começaram depois da Justiça brasileira ter recebido queixas de corrupção contra o ex-governador do Distrito Federal Agnelo Queiroz e contra o seu antecessor no cargo, José Roberto Arruda.
De acordo com fontes da Polícia Federal, os dois também poderiam estar envolvidos na alegada fraude detetada na construção do chamado BRT Sul, uma linha de autocarro rápido que foi incluída no pacote de melhoramentos que Brasília apresentou para ser coanfitriã do evento desportivo.
As obras custaram cerca de 900 milhões de reais (209,7 milhões de euros) e as autoridades estimam que havia um prémio de quase 25% que teria sido desviado para os gestores e empresários que executaram o projeto.
Até agora, Queiroz e Arruda e dez outros ex-funcionários do governo regional de Brasília são suspeitos da prática de desvio de verbas públicas supostamente registado na construção do estádio Mané Garrincha, o mais caro dos 12 utilizados no Mundial de 2014.
O Mané Garrincha foi construído com base num estádio já existente, mas a sua capacidade, na época de 20 mil lugares, não correspondia ao caderno de encargos da FIFA.
O custo da obra foi inicialmente estimado em cerca de 700 milhões de reais (163,1 milhões de euros), mas o preço final dobrou esse valor e transformou este estádio no mais caro do país, com capacidade para 73 mil pessoas numa cidade que não tem uma única equipa de futebol na primeira divisão.
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