Falar em possíveis contratações não passaria de pura especulação. Já há muito se fala de alguns nomes, curiosamente muitos deles já vêm do ano passado e, como tal, vamos deixar essa parte para outra altura. Hoje apontamos os nomes que merecem destaque, falamos do que Pep Guardiola disse esta semana sobre o que é importante para a sua equipa se manter no topo e damos uma espreitadela aos convocados da seleção Inglesa para o Mundial Rússia 2018.
Os Prémios e Recordes
Mais que prémios, acho que são de mencionar alguns nomes que marcaram de forma positiva esta vigésima sexta edição da Premier League.
Treinadores: Pep Guardiola (Manchester City) e Sean Dyche (Burnley)
Se um fez o que parecia impensável e fez o título parecer fácil, o que dizer do outro que, com o orçamento mais baixo da liga, conseguiu surpreender durante toda a época e terminar num fabuloso sétimo lugar. Depois da manutenção na época transata, ninguém esperava o nível exibicional e de resultados apresentado pela equipa do norte de Inglaterra.
Jogadores: Mohamed Salah (Liverpool), Kevin De Bruyne (Manchester City) e David De Gea (Manchester United)
Muitos outros jogadores fizeram uma época fantástica, mas como em todas as áreas, houve quem o fizesse a um nível superior. Estes nomes enriqueceram o jogo sempre que pisaram o relvado. São os dois grandes nomes a destacar. Salah acabou por vencer o prémio de melhor jogador da liga e De Bruyne resgatou a primeira edição o prémio ‘Play Maker’ que tem por objectivo prestigiar o jogador que mais fez os companheiros jogarem ao longo de toda a época. Na baliza, e com exibições que valeram muitos e muitos pontos à equipa de José Mourinho, De Gea foi um ‘monstro’. Jornada após jornada, o guarda-redes espanhol provou que é um dos melhores do mundo na sua posição, conseguindo um total de 18 jogos sem sofrer golos. Uma nota ainda para Ederson (Manchester City), que fez, igualmente, uma época ‘assombrosa’.
Uma referência importante para outros quatro nomes que fizeram, em muitas alturas da temporada, as delícias dos espectadores. Muitos ficarão de fora, mas ainda assim estes parecem-me ter sido importantes para as suas equipas e, quem sabe, poderão estar preparados para voos mais altos:
Pascal Groß - Um dos grandes responsáveis pela época extraordinária que valeu a manutenção ao Brighton & Hove Albion na sua época de estreia na Premier League e que merece aqui a referência. Poderá ainda não estar preparado para dar o salto, mas fez uma época muito positiva e poderá ser um dos nomes a ter em conta na próxima época.
Abdoulaye Doucouré - Não me admiraria nada que um dos clubes do ‘top 6’ resgatasse este todo-o-terreno ao Watford. O jogador francês fez uma época fantástica e, com a saída de Yaya Touré do Manchester City, Pep Guardiola poderia apostar no jogador de 25 anos para o substituir.
Wilfried Zaha - Tenho muito poucas dúvidas quanto à transferência do costa-marfinense no mercado de verão. Depois de uma passagem menos boa pelo Manchester United, quem conseguir colocar as mãos no jogador do Crystal Palace terá um arma poderosíssima na sua frente de ataque.
Patrick van Aanholt - O lateral holandês tem passado despercebido nos últimos anos. Depois de quatro anos ao serviço do Chelsea, em que realizou apenas dois jogos e foi emprestado a cinco clubes diferentes, a sua ‘independência’ chegou após transferência para o Crystal Palace e parece ter revitalizado a carreira do jogador de 27 anos. O defesa poderia ser uma preciosa ajuda para quem ande à procura de um lateral-esquerdo muito completo.
Equipa: Manchester City
Falámos aqui, há bem pouco tempo, dos recordes já batidos e ainda possíveis de bater pelo Manchester City. A equipa de Guardiola acabou a época com um recorde de pontos e passou a ser a primeira a atingir a meta dos 100 pontos. Um feito incrível, mesmo tendo uma super-equipa e um dos melhores treinadores da atualidade. A marca do maior número de golos marcados era, quando escrevi o artigo, quase impossível de não ser batida. O número final ficou nos 106 golos marcados, um registo que nem o Liverpool, com o seu super-ataque, conseguiu sequer chegar perto, contabilizando ‘apenas’ 84 tentos. A diferença entre golos marcados e golos sofridos foi igualmente fulminada, com um extraordinário registo de 76+. Para além desses, o maior número de vitórias, o maior número de vitórias fora de casa e o maior número de pontos fora de casa, foram os outros recordes que ainda não estavam confirmados e que, com o término da liga, passaram a figurar na história do campeonato inglês.
O último dos recordes mencionados no artigo de há três semanas era o da diferença de pontos para o segundo classificado. Pois bem, mesmo não dependendo apenas de si mesmo, o Manchester City acabou por conseguir também esse recorde. Com a derrota do Manchester United frente ao Brighton e o empate na jornada seguinte em casa do West Ham, o City conseguiu assim uma diferença pontual de 19 pontos, tornando-se mesmo o campeão com maior diferença para o segundo classificado na história da Premier League.
27.ª edição da Premier League
Não há um vencedor ’back-to-back’ na Premier League desde 2007/08-2008/09. O Manchester United, comandado na altura por Sir. Alex Ferguson, foi o último clube a consegui-lo. Estaremos perante a equipa e o treinador que conseguirão voltar a reunir dois títulos em épocas consecutivas? Conseguirão até mais que isso? A hegemonia do Manchester City terá vindo para ficar? Esta é a grande questão a responder no início da próxima edição da Premier League.
Segundo Pep Guardiola, será fácil perceber se a superioridade do Manchester City veio para ficar ou não. Disse o treinador espanhol à Sky Sports esta semana que, está curioso para perceber o quanto a sua equipa, agora campeã, vai correr sem bola. Aí perceber-se-á se o seu grupo de jogadores é de facto humilde, se deseja continuar a vencer. Guardiola não perde tempo e começa já a preparar os seus jogadores para o que aí vem.
Ainda segundo o mesmo: “Um título já muitas equipas venceram. Não é um feito extraordinário. O grande objectivo é vencermos mais, continuar a melhor, e a equipa sabe disso”.
Mundial da Rússia 2018
Por último, e de forma a deixar água na boca para o mundial, olhamos às escolhas de Gareth Southgate para o Mundial da Rússia neste verão. E mais do que olhar aos nomes, já que todos eles merecem a convocação, saltou-me à vista a falta de equilíbrio no ‘plantel’ de vinte e três jogadores chamados.
E, mais uma vez, o tweet de Kyle Walker foi dos mais partilhados.
Voltando aos eleitos, é impossível não notar no ’batalhão’ de defesas convocados pelo técnico inglês. Com que objetivo? É difícil perceber. Não havendo necessidade em nos debruçarmos sobre toda a lista de convocados, olhemos então para a lista de defesas.
Defesas Direitos: Trent Alexander-Arnold (Liverpool); Kieran Trippier (Tottenham Hotspur); Kyle Walker (Manchester City).
Defesas Centrais: Gary Cahill (Chelsea); Phil Jones (Manchester United); Harry Maguire (Leicester); John Stones (Manchester City).
Defesas Esquerdos: Fabian Delph (Manchester City); Danny Rose (Tottenham Hotspur); Ashley Young (Manchester United).
A convocatória de tantos jogadores de características defensivas não faz sentido por dois motivos. Primeiro, porque ao jogar num clássico 4x4x2 ou num 4x3x3, o número de três jogadores para cada lado da defesa é manifestamente exagerado. Numa prova de curta duração haverá sempre o risco de lesão, mas dois jogadores por posição costuma ser o mais indicado.
Poder-se-á sempre argumentar que nem Delph nem Young são defesas de raíz e poderão estar na convocatória como médios. Tendo ambos jogado toda a temporada como defesas esquerdos, não faria sentido colocá-los noutra posição que não a mais rotinada durante a temporada. Além disso, Rashford, Sterling, Lingard estão na convocatória, podendo fazer essas posições (de médios ala) em esquemas clássicos.
Por outro lado, o esquema de três centrais terá sido utilizado por Southgate nos últimos jogos de preparação. Poderia ser essa a razão? Não me parece. Se esse fosse o caso, porquê levar apenas quatro centrais? E, ainda assim, a posição de médio direito/esquerdo, num potencial 3x4x3, continuaria com a mesma sobrecarga de jogadores para a mesma posição, de três para cada ala, pelo que esse fator não muda qualquer que seja a tática.
O problema não é, claramente, da qualidade de jogadores convocados, mas sim das soluções que estes poderão oferecer à equipa. A convocatória parece, à primeira vista, muito desequilibrada, com falta de soluções para o meio campo e a seleção dos Três Leões poderá pagar por isso com o decorrer da competição.
Estaremos com os olhos pregados no ecrã e veremos se a selecção inglesa terá ou não argumentos para ir longe na maior prova do desporto rei.
Esta semana no futebol inglês
Engane-se quem pensa que a emoção já acabou. Ainda por jogar está a final da Taça de Inglaterra e frente-a-frente estarão dois rivais com inúmeros pontos de interesse. Manchester United e Chelsea vão a jogo este sábado, pelas 17h15 e a troca de ‘mimos’ durante as duas últimas épocas entre os treinadores de ambos os conjuntos tem sido constante. Quando José Mourinho e Antonio Conte entram em campo, tudo pode acontecer. Ninguém vai querer perder e o jogo que promete fechar a época inglesa em grande estilo.
Este poderá muito bem ser o último jogo do italiano ao serviço do Chelsea. A FA Cup costumava ser um troféu importantíssimo e quem o ganhasse, muito dificilmente, acabaria despedido. Hoje em dia já não é o caso e Conte parece mesmo ter a porta de saída aberta.
Para o ano há mais
A Premier League já lá vai, a FA Cup está para ir e resta-nos despedirmo-nos com um ‘até breve’. Toda a emoção do futebol inglês volta a 11 de Agosto de 2018 com o início da 27.ª edição da competição.
Uma última nota para agradecer a participação de todos na nossa na liga ‘SAPO24’ na Fantasy Premier League. Os nossos parabéns ‘Oriental’ de Ricardo Araújo, que terminou a liga em primeiro lugar com total de 2321 pontos. Fantástico, parabéns Ricardo.
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