Poderá o United perder o jogo com o Liverpool este domingo mas vencer a Premier League? As probabilidades de ambos não estão a seu favor. Mas o que me leva a dizer que em competição direta com o Liverpool as hipóteses do United são poucas, mas num contexto de campeonato, as probabilidades, terão mais chances de mudar a favor da equipa de Ole Gunnar Solskjær?
Quem poderia imaginar que depois do domínio avassalador de Liverpool e Manchester City nos últimos três anos e das dificuldades dos competidores mais diretos, como Tottenham, Chelsea, Arsenal e Manchester United, em se colarem ao duo da frente, que estaríamos nos primeiros dias de 2021 a discutir se o United é ou não candidato ao título!?
Ser primeiro classificado com três pontos de vantagem sobre este Liverpool em janeiro é algo que não era expectável no início da época — até para o mais fervoroso adepto dos Diabos Vermelhos. Se perguntássemos no início da temporada a qualquer comentador, adepto ou até mesmo ao treinador do Manchester United, esta temporada teria como objetivo encurtar a vantagem para City e Liverpool. E, em teoria é o que estão, e bem, a fazer. Esse não só era, como deve continuar a ser, o grande objetivo da temporada. Falarmos em título é viável, uma vez que o United está na corrida, contudo, deve ser encarado com alguma contenção.
As criticas a Solskjær choveram de todos os lados e a única razão pela qual me sinto à vontade para fazer este artigo de projeção de possível candidatura ao título por parte dos vermelhos de Manchester é porque o digo, desde a entrada de Solskjær no United em 2018, que este é o treinador ideal para a renovação do United. Uma pessoa que conhece a casa, a academia e, principalmente, não trás com ele pressão acrescida para vencer troféus. Desde então insisto igualmente que, obstante dos resultados alcançados, dever-lhe-iam ser dados três anos para poder reconstruir o plantel. Depois sim, com uma equipa mais equilibrada e potencial de vitória, dever-se-iam pesar os prós e contras de ter um treinador menos experiente a liderar a equipa a um título inglês. Pois bem, os três anos que pedi a Solskjær estão aí e os resultados estão também à vista. Menos turbulência à volta da equipa, alguma consistência de resultados, e uma equipa a apenas alguns detalhes de competir com qualquer outro candidato ao título inglês.
Mas chegou a altura da verdade. Vejamos então o porquê do Liverpool sair como favorito para o jogo e o que o United terá que fazer para ser um real candidato ao título.
Basta olhar aos resultados dos jogos em destaque no primeiro quadro para percebermos o porquê deste Liverpool ser mais forte num confronto direto com outro rival. Os pontos perdidos pelo Liverpool, ao contrário do United, têm sido em jogos ditos mais pequenos. A incapacidade de manter um ritmo elevado e de jogar com a intenção de aniquilar o adversário tem sido bem visível e só se tem mantido — a espaços — em jogos de maior importância, onde a motivação individual e de grupo está obrigatoriamente presente, dada a relevância dos encontros ditos ‘grandes’.
O segredo de um United campeão
Como insisti acima, ainda que na corrida, a possibilidade de Harry Maguire (capitão do United) levantar o troféu da Premier League no final da temporada continua a ser pequena, contudo, há um momento da época — aquele que vivemos curiosamente — que poderá reforçar as chances da equipa. Falo da janela de transferências de inverno. Só com uma estrondosa ‘exibição’ fora dos relvados o United conseguirá reunir as condições necessárias para bater não só Liverpool, como o Manchester City — que é, de momento, a equipa mais forte da liga e está a apenas seis pontos dos rivais de Manchester.
Não é de todo fácil comprar bem em janeiro. Mas não só há bons exemplos, como o United é um deles.
Como se pode ver a lista (um pouco mais acima) não é grande, mas com algum critério, existem reforços que podem mudar as equipas. Claro que me refiro imediatamente a dois dos nomes: Virgil van Dijk e Bruno Fernandes. O primeiro foi a peça que faltava para o Liverpool se tornar na equipa dominadora que viria a vencer a Liga dos Campeões e a Premier League. O segundo é quem é e faz o que faz. Bruno Fernandes colocou o United onde está e é o jogador à volta do qual este United continua a ser construído.
Uma nota especial a Nemanja Vidić que, tal como Virgil van Dijk, transformou, neste caso, o United numa equipa muito superior. A sua parelha com Rio Ferdinand iriam levar a que o United conseguisse levar a melhor sobre o Chelsea de Mourinho, vencendo o título de campeão inglês e mais tarde, em 2008, a Liga dos Campeões.
A necessidade de renovar três ou quatro peças na equipa não é novidade. Na crónica Paul Pogba vs Bruno Fernandes já tinha explicado o porquê da necessidade técnica e financeira do United vender Paul Pogba e das alternativas possíveis para a restruturação do onze inicial e do plantel em geral.
Desde então o United mudou um pouco. Edinson Cavani está agora integrado no onze, Scott McTominay ganhou espaço na equipa, portanto outras soluções têm trazido melhorias à equipa. Contudo, o reforço dos três setores é essencial para o assumir de uma candidatura ao título e tanto a janela de transferências em que estamos, como a que se segue no verão, irão ditar o futuro próximo de Ole Gunnar Solskjær e do Manchester United.
Esta semana na Premier League
O destaque vai inteirinho para o Liverpool v Man Utd de domingo, porém, a Premier League vive de jogos emocionantes e isso é o que não faltará. Numa semana em que se jogarão duas jornadas, teremos jogos todos os dias até quinta-feira, dia 21 de janeiro.
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