No comunicado, o presidente da MAG assinala que houve diferença na correspondência de votos em 10 urnas em Lisboa, no Pavilhão da Luz, e sete fora da capital, mas assinala que as mesmas representam “cerca de 0,35% em relação ao total de votantes em todo o ato eleitoral”.

O responsável explica ainda que essa mesma diferença foi distribuída pelas listas A [de Luís Filipe Vieira] e B [de João Noronha Lopes], numa diferença total de votantes que “não ultrapassou os 139 votos".

No processo agora levado a cabo, nove meses após as eleições para os órgãos sociais do clube, o presidente da MAG, substituto de Rui Pereira, que se demitiu em junho em colisão com a direção, disse que todas as urnas estavam com “todos os selos em perfeito estado” e que a contagem, efetuada no sábado, contou com a colaboração de uma empresa de segurança, contratada pelo clube.

“Sem dúvida que podemos concluir que o voto eletrónico é fiável, mas deixo aos caros consócios e simpatizantes do Benfica tirarem as suas conclusões”, disse ainda o dirigente.

António Pires de Andrade assumiu às funções de presidência da MAG, após a demissão de Rui Pereira, que justificou a sua saída devido ao facto de a direção não lhe dar condição para marcar a Assembleia-Geral Extraordinária requerida desde abril por sócios com um total de mais de 10.000 votos, como requerem os estatutos, e que pretendem a revisão do regulamento eleitoral.

Nas eleições de outubro, efetuadas por voto eletrónico, Luís Filipe Vieira foi eleito com 62,59% (471.660 votos), batendo a lista B, liderada pelo gestor João Noronha Lopes, que conseguiu 34,71% (261.574), e a lista D, do advogado Rui Gomes da Silva, que ficou nos 1,64% (12.341).

Entretanto, já em julho, o ‘vice’ Rui Costa assumiu à presidência do clube e da SAD, após Luís Filipe Vieira ser detido para interrogatório, no âmbito da operação ‘Cartão Vermelho’.

Luís Filipe Vieira, que está em prisão domiciliária até depositar uma caução de três milhões de euros, foi um dos quatro detidos numa investigação que envolve negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros, com prejuízos para o Estado, SAD do clube e Novo Banco.