“Foi um momento de ouro da natação portuguesa, mas espero que haja um momento de platina, porque eu quero melhor para a natação e foi com base nisso que construímos os programas que estruturam a natação portuguesa”, afirmou António Silva, em entrevista à agência Lusa.
A terminar o terceiro e último mandato na liderança da Federação Portuguesa de Natação (FPN), António Silva defende que “o desenvolvimento sustentado e sustentável da natação portuguesa vai fazer com que estes resultados, noutras alturas futuras, sejam alcançados de acordo com o potencial dos nadadores”.
O líder federativo, que também preside à European Aquatics, destaca “os excelentes resultados” dos últimos quatro anos, entre outros, os títulos mundiais de Diogo Ribeiro, o título europeu de Camila Rebelo, o bronze mundial de Angélica André, e o bronze europeu de Gabriel Lopes, que, assume, “criaram expectativas” para Paris2024.
“O que é que estes atletas nos criaram? A ilusão do resultado. E era expectável, se tudo corresse bem nos Jogos Paris2024, mas não correu”, refere, admitindo: “Eu acho que aconteceram uma série de fatores que contribuíram para isso, desde logo a inexperiência dos próprios nadadores, entre os quais Diogo Ribeiro”.
António Silva garante que a avaliação da prestação nos Jogos Paris2024 já foi feita e lembra: “O Diogo é um miúdo, tem 19 anos, as pessoas não se podem esquecer disso. Estes Jogos foram a constatação de que ele, além de ser um super atleta, é humano, de que ele vai aprender com os erros e superar-se. O Diogo é um animal de competição, é uma pessoa que, em situação de competição, se supera como eu nunca vi nenhum outro atleta e nadador fazer”.
Por outro lado, António Silva destaca os “resultados excecionais” nos Jogos Paralímpicos, competição na qual Diogo Cancela conseguiu uma medalha de bronze, 16 anos depois da última subida portuguesa ao pódio na modalidade, em Pequim2008.
António Silva considera que a contratação da equipa técnica liderada pelo brasileiro Alberto Silva, conhecido como Albertinho, cuja continuidade será decidida pelo seu sucessor na presidência da FPN, foi uma aposta ganha.
“Esta equipa técnica, que contra muita gente fomos buscar e era uma equipa técnica composta, já teve a responsabilidade de treinar os melhores nadadores a nível mundial (…). Eu e a minha direção acreditamos nas pessoas e no processo e os resultados assim o demonstraram”, refere à Lusa.
*Por Alexandra Oliveira (texto) e André Kosters (foto)
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