Em declarações à Lusa à margem da celebração do Dia Internacional do Desporto para o Desenvolvimento e Paz, cujo evento teve lugar na sede do COP, em Lisboa, José Manuel Constantino realçou a “obrigação de resgatar a imagem” do desporto, explicando que a resolução deste problema “não está apenas na repressão”.
“Acho que são precisas penas mais duras, mas creio que o problema é muito mais vasto e exige medidas de exigência e rigor, que não são compatíveis com um quadro de comportamentos que tradicionalmente assolam o desporto nacional”, afirmou.
Em causa está a agressão do jogador Marco Gonçalves ao árbitro José Rodrigues, na partida de domingo entre o Rio Tinto e o Canelas. O futebolista, entretanto dispensado pelo clube gaiense, deu uma joelhada na cabeça do árbitro, provocando uma tripla fratura do nariz.
“O desporto tem uma obrigação social, não pode abandoná-la. Por muitas dificuldades que haja e por tudo quanto possamos lamentar, naturalmente, temos a obrigação de não atirar a toalha ao chão e afirmar, através de medidas concretas, essa obrigação social”, acrescentou.
No entender de José Manuel Constantino, o “problema é muito mais profundo do que a simples violência física” e merece uma reflexão abrangente de diferentes agentes e instituições desportivas.
“Tem origens em procedimentos anteriores e sobre os quais entendo que a sociedade e os agentes desportivos devem refletir e tomar medidas cautelares que me parece que a situação exige. Sem prejuízo de reconhecer que se pode e deve agravar o quadro de sanções”, concluiu.
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