Quantas medalhas pode Portugal sonhar nos Jogos Olímpicos? Esta é a habitual pergunta de 1 milhão de dólares feita de quatro em quatro anos.
O Comité Olímpico de Portugal (COP) definiu para Tóquio 2020 objetivos mais ambiciosos comparado com o passado recente: duas medalhas, o dobro do número conquistado no Rio 2016, colocar 12 atletas em finais Olímpicas (classificações até ao oitavo lugar) e 26 em semifinais (iguais ou acima do 16.º posto).
A resposta para se saber como foi definida como meta a subida dupla ao pódio das cerimónias, em igual número ao verificado em 1948, 1976, 1996, 2000 e 2008, está encontrada num papel. 18,55 milhões de euros contratualizados num contrato-programa de desenvolvimento desportivo publicado em Diário da República em 25 de janeiro de 2018.
Mas o documento de apoio à organização da missão portuguesa aos Jogos Olímpicos Tóquio 2020 foi celebrado em 2018 entre o Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), pelo Governo, e o COP, tendo por base uma avaliação realizada um ano antes.
Resultados desportivos entre 2019 e 2021 podem colocar mais atletas a caminho do pódio
Entre o papel assinado e a listagem final da comitiva e a chegada à Aldeia Olímpica, decorreram excecionalmente três anos e, nesse hiato de tempo, o judoca Jorge Fonseca aparece como bicampeão do mundo de – 100kg, 2019 e 2021, Diogo e Pedro Costa, velejadores na classe 470, sagram-se vice-campeões, o mesmo estatuto hoje de João Vieira (Marcha) e que fará no Japão a sexta participação nos Jogos, Auriol Dongmo (lançadora do peso) e Yolanda Hopkins Sequeira (surf), a que se soma a melhor marca do ano no triplo salto (17,92m) de Pedro Pichardo.
O SAPO24 questionou o Chefe de Missão de Portugal aos XXXII Jogos da Era Moderna se não seria uma abordagem conservadora. Daniel Alves respondeu prontamente. “Os resultados entre 2019 e 2021 colocam vários atletas apontados às medalhas”, disse.
Uma nova antecipação derivada dos sucessos desportivos, entretanto alcançados. “Não nos podemos desligar daquilo que já aconteceu. Defrontaram em contexto mundial os melhores do mundo e conseguiram esses resultados, logo pode ser projetado para os Jogos”, antecipou.
“Assinar (2018) duas posições de pódio, não nos deixa desconfortáveis, mas sim mais tranquilos para cumprir”, salientou ainda, deixando no ar uma salvaguarda. “Mas já tivemos situações em que chegámos com muitos medalhados e as coisas não correram bem”, avisa Marco Alves, Chefe da Missão de Portugal aos JO Tóquio 2020.
Covid-19: o inimigo invisível que pode aparecer na Aldeia Olímpica
Este ano, e porque se vivem tempos excecionais, há um fator exógeno às provas desportivas que pode vir a ter uma palavra decisiva. “A Covid-19 é o primeiro adversário que os pode, ou não, colocar na competição”, alerta, e ninguém está livre “como já vimos com outros atletas na Aldeia”, reforça.
Por esse facto, considera natural a ansiedade os atletas por “saberem os resultados” e se podem “treinar” e “continuar o percurso até à competição” debaixo de “todos os cuidados e reservas para que o inimigo invisível não os apanhe e possam ir lá para dentro, como costumamos dizer”, finalizou.
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