Vingar no mundo do futebol implica muitas vezes tomar decisões arriscadas. Por vezes, integrar o plantel de um grande clube mundial não é significado de sucesso. Quanto maior o clube, maior o jogo de egos e menor o espaço para arriscar com jovens talentos.
A publicação Four-Four-Two compilou 12 casos de jogadores que, a atuar em gigantes europeus, decidiram sair e tentar a sua sorte noutro clube. São 12 casos de sucesso de quem, por vezes, deu um passo atrás para depois ‘sprintar’ para a frente.
Marco Reus (Borussia Dortmund)
O extremo alemão foi o único do terceto Reus-Goetze-Lewandowski que resistiu aos rumores de sucessivas saídas que o colocavam na rota dos maiores clubes da Europa. Mas nem sempre o Borussia Dortmund lutou tanto para que Marco Reus ficasse.
Em 2006, o craque alemão deixou o Borussia depois de ser considerado demasiado magro. Mas Reus depressa mostrou que o seu físico não tinha de ser necessariamente uma desvantagem - primeiro no Rot Weiss Ahlen e depois no Borussia Mönchengladbach, onde convenceu os dirigentes do Signal Iduna Park a desembolsar cerca de 17 milhões de euros para o recuperar.
Klaas-Jan Huntelaar (PSV)
Huntelaar é uma figura que, na Holanda, associamos imediatamente ao Ajax, mas foi no PSV que o holandês começou a sua carreira. Assinou em 2000, mas só fez um único jogo pelo histórico clube. Haveria de sair por empréstimo em busca de mais tempo de jogo, para De Graafschap, primeiro, e depois para o AGOVV.
O último empréstimo levou a que o Heerenveen pagasse quase 1 milhão de euros pelo jovem ponta de lança. Numa época e meia marcou 39 golos em 60 jogos, o que levou o Ajax a desembolsar 9 milhões de euros para a sua contratação e o colocou entre a elite.
Juan Mata (Real Madrid)
Juan Mata em Espanha é sinónimo de Valência. Parece mesmo fácil de esquecer que a sua estreia como profissional aconteceu no Real Madrid Castilla em 2006. Dez golos em 39 encontros despertaram o interesse do Valência, que conseguiu ir buscar o médio a custo zero.
Em 2011, Mata trocaria Espanha por Inglaterra assinando pelo Chelsea a troco de mais de 26 milhões de euros.
Ron-Robert Zieler (Manchester United)
Sem nunca chegar a ser realmente visto como o sucessor de Edwin van der Sar, Zieler deixou Old Trafford em 2010, depois de um empréstimo ao Northampton Town e de não ter conseguido a estreia na equipa liderada por Alex Ferguson, e rumou para o Hannover.
Lá relançou a sua carreira, com quase 200 partidas disputadas na Bundesliga, e voltou a tentar a sua sorte em Inglaterra, desta vez ao serviço do Leicester. Em 2016/17, ao serviço do campeão inglês em título não conseguiu roubar a titularidade a Kasper Schmeichel e voltou, uma vez mais, para a Bundesliga onde atualmente representa o Estugarda e voltou a jogar com regularidade.
Loic Remy (Lyon)
Remy pode ter o privilégio de dizer que venceu o campeonato francês, em 2007 ao serviço do Lyon, mas o seu papel nessa conquista foi muito reduzido. Por essa mesmo razão, o emblema francês não fez finca pé quando o Nice colocou um cheque de 8 milhões de euros em cima da mesa, o que representava um valor recorde para o clube do sul de França. A mudança acabou por se revelar crucial para a carreira do avançado. O resultado? 26 golos em 68 jogos, só no campeonato.
O jogador representaria ainda o Marselha, Queen Park Rangers e Newcastle antes de assinar pelo Chelsea em 2014. Atualmente joga no Las Palmas, em Espanha.
Samuel Eto'o (Real Madrid)
Eto’o venceu três títulos da liga espanhola e duas Ligas dos Campeões ao serviço do Barcelona, mas a sua carreira começou na capital espanhola, ao serviço dos merengues. O camaronês disputou apenas três partidas oficiais ao serviço do Real Madrid na La Liga, passando por empréstimo pelo Leganés e Espanyol antes de se mudar definitivamente para o Maiorca, em 2000.
Quatro anos depois, os catalães contrataram Eto’o por 24 milhões de euros. O que aconteceu a seguir, já sabemos.
Paul Pogba (Man United)
Agosto de 2016 não foi a primeira vez que Pogba assinou um contrato com o Manchester United: o internacional francês juntou-se aos Red Devils, inicialmente, em 2009, mas o seu desejo de jogar com regularidade levaram-no a abandonar Old Trafford três anos depois.
O médio acabou por se mudar para a Juventus, depois de Inter e Roma terem recusado a oportunidade de o contratar, onde se afirmou como um dos melhores do mundo e carimbou o seu bilhete de regresso para Inglaterra, numa transferência que ascendeu os 100 milhões de euros.
Cesc Fàbregas (Barcelona)
O catalão fez o que ninguém imaginaria em 2003: deixou o clube que sempre representou, o Barcelona, para assinar pelo Arsenal de Arsène Wenger. Lá tornou-se num dos jogadores mais importantes do clube londrino, fazendo a sua estreia aos 16 anos e sendo eleito capitão aos 22.
Em 2011, a possibilidade de voltar a representar o Barcelona era demasiado boa para ser recusada, mas após três anos aquém do esperado, Fàbregas regressou à Premier League para representar o Chelsea.
Ryan Shawcross (Manchester United)
Em 2008, o Sotke City contratou Shawcross ao Manchester United por pouco mais de um milhão de euros. O defesa-central está desde então nos Potters, tornando-se capitão do clube e conquistando um lugar na seleção inglesa.
Mais tarde, soube-se que Alex Ferguson não queria a saída do defesa. “Ele queria que eu assinasse um novo contrato e que saísse por empréstimo. Mas eu queria acabar a minha carreira com mais de 500 jogos e se tivesse ficado no United isso não teria acontecido”, contou Shawcross.
Álvaro Morata (Real Madrid)
Florentino Perez adora colocar uma cláusula de recompra nos jogadores que saem de Madrid. E o presidente do Real Madrid, de forma inteligente, insistiu em incluir uma no acordo de venda de Morata à Juventus em 2014.
Apesar do talentoso ponta de lança se ter mostrado incapaz de roubar a titularidade a Karim Benzema no onze madrileno, mostrou qualidade ao marcar vários golos num grande conjunto de jogos em Itália - incluindo contra do Real Madrid, num encontro da meia-final da Liga dos Campeões.
Assim, Perez ativou a cláusula de recompra em junho de 2016, Morata marcou 20 golos em todas as competições nessa temporada e o Chelsea, em 2017, pagou mais de 60 milhões de euros pelos serviços do matador espanhol.
Adrien Rabiot (Manchester City)
Talvez não se tenha dado bem com o clima, mas Rabiot não parecia muito interessado em ficar em Manchester em 2008. O meio-campista passou apenas seis meses na academia do Manchester City antes de voltar para a França, com a sua mãe depois a vir a público afirmar que o seu filho tinha sido maltratado.
Rabiot deverá ter pensado que tinha conseguido a sua própria vingança quando marcou contra os Citizens num empate na Liga dos Campeões em abril de 2016. Infelizmente para o PSG, o lado de Manuel Pellegrini prevaleceu e avançou para as meias-finais.
Gerard Piqué (Manchester United)
Em 2008, Sir. Alex Ferguson tinha de tomar uma decisão: Jonny Evans ou Gerard Piqué?
Agora, nove anos depois, a decisão pode parecer fácil. Mas naquela altura Piqué não era o jogador que é hoje, e, na sombra da mítica dupla Rio Ferdinand-Vidic, o catalão decidiu regressar ao seu clube de juventude: o Barcelona.
A troco de 5 milhões de euros, o central provou ser uma brilhante compra por parte dos culés, pelos quais conquistou seis campeonatos e três Ligas dos Campeões.
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