“Teoricamente, poderemos dizer que talvez seja o adversário que nos pode criar maiores dificuldades. Na prática, resume-se ao que fizermos em função do poderio do Arsenal. É preciso um FC Porto muito competente, competitivo, intenso e agressivo e a perceber em que momentos e zonas pode e deve pressionar. Senão, correremos o risco de dar aquilo que o Arsenal gosta e metemo-nos a jeito”, disse o técnico, em conferência de imprensa.
Os ‘dragões’, que seguem no terceiro lugar da I Liga portuguesa, vão medir forças com o vice-campeão inglês e atual segundo classificado da Premier League, surgindo pela 14.ª ocasião, e segunda seguida, nos ‘oitavos’ da principal prova europeia de clubes, patamar ao qual chegaram com o estatuto de única equipa portuguesa a superar a primeira fase.
“São encontros de altíssimo nível e, nesta fase, ainda mais. Vamos mais ao pormenor na preparação, porque há tanta qualidade e situação para anular que queremos explorar. A preparação não é diferente. Se calhar, uma vez que existe muito material e conteúdo, a sessão de vídeo é um bocadinho mais alongada. O treino no campo é o mesmo”, avaliou Sérgio Conceição, detetando na solidez defensiva a chave para triunfar na primeira mão.
O FC Porto apurou-se para as eliminatórias como vice-líder do Grupo H, com os mesmos 12 pontos do FC Barcelona, mas em desvantagem no confronto direto com os espanhóis, enquanto o Arsenal, dos portugueses Cédric Soares, Mauro Bandeira e Fábio Vieira, ex-médio ‘azul e branco’, terminou à frente de PSV Eindhoven, Lens e Sevilha na ‘poule’ B.
“Acho que toda a gente conhece esta equipa. Tem grandíssima qualidade e um treinador que está há cinco anos naquele clube e que foi adquirindo valores individuais de enorme qualidade. Ao associar isso à sua organização coletiva, o Arsenal é capaz, competente e forte. Não podemos esquecer ainda que está no top 3 em valor de mercado. Isso indica o poderio deles. Agora, estamos perante duas equipas com ‘pedigree’ europeu”, sinalizou.
Sem querer diluir a identidade coletiva dos vice-campeões nacionais, Sérgio Conceição admitiu ter trabalhado “algumas nuances em função da qualidade ou dos pontos fortes e menos fortes” dos londrinos, que vêm de cinco vitórias consecutivas na Premier League.
“Olhamos para uma equipa com capacidade técnica e talento, que é o tal sexto momento que pode resolver num determinado momento. É uma das que tem mais percentagem de posse de bola na Liga inglesa, sabe acelerar o jogo como ninguém através de alas muito largos e profundos, que criam desequilíbrios no um para um, possui médios com grande capacidade para infiltrar [na organização defensiva do opositor] e está muito presente no último terço, sendo também forte nos esquemas táticos. Isto faz com que este duelo seja ligeiramente diferente daqueles que encontramos nas competições internas”, descreveu.
Fábio Cardoso e Wendell voltam às opções, após terem cumprido suspensão na receção vitoriosa ao Estrela da Amadora (2-0), no sábado, para a 22.ª ronda da I Liga, enquanto Gonçalo Ribeiro, Iván Marcano, Zaidu e Mehdi Taremi estão lesionados e falham o jogo.
O FC Porto, vencedor em 1986/87 e 2003/04, defronta o Arsenal, finalista derrotado em 2005/06, na quarta-feira, às 20:00 (hora de Portugal Continental), no Estádio do Dragão, no Porto, para a primeira mão dos ‘oitavos’ da Liga dos Campeões, com arbitragem do neerlandês Serdar Gözübüyük.
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