As temperaturas altas que se fizeram sentir durante a tarde não demoveram milhares de pessoas de acorrerem à Avenida da Índia, numa pista com cerca de um quilómetro entre o Museu dos Coches e o Centro Cultural de Belém, para assistirem ao espetáculo, com a Proteção Civil a estimar um valor aproximado de 100 mil espetadores no evento.

O protagonista foi o escocês David Coulthard, no monolugar que levou Sebastian Vettel à conquista do campeonato do mundo em 2011, que destacou o “privilégio” de poder trazer a Fórmula 1 às ruas de Lisboa, sendo “muito especial” ver “as caras das pessoas”.

“[O melhor momento] Foi ver as caras das pessoas, as crianças entusiasmadas, pessoas a ver um carro de Fórmula 1 pela primeira vez. Para mim, é muito especial”, expressou aos jornalistas, no final do evento, o piloto de Fórmula 1 entre as épocas 1994 e 2008.

David Coulthard, que fez questão de reforçar a importância de Portugal na sua carreira, tendo sido no Estoril a sua primeira vitória em Grandes Prémios, realçou a energia que se sente ao entrar no carro e proporcionar este tipo de espetáculo, mesmo com umas condições climatéricas que condicionaram ligeiramente a velocidade máxima do carro.

“A conduzir num Grande Prémio, como fiz ocasionalmente com estes tempos quentes, claro que estás a transpirar muito e a ficar desidratado, mas estás preparado para isso e treinas para isso. É difícil, faz parte e é o que faz a Fórmula 1 tão desafiante”, frisou.

A importância deste tipo de eventos e ‘showruns’ para a modalidade é notória, referiu Coulthard, sobretudo com a equipa dominadora da Fórmula 1 a organizar, destacando ainda a relevância de Portugal para a modalidade e que merecia receber um ‘showrun’.

“Portugal tem sido uma grande parte da história da Fórmula 1. Portimão esteve lá na pandemia, quando precisávamos de um local para correr, e o circuito fez um fantástico trabalho. É bom reconhecer o contributo de Portugal no desporto motorizado. Num dia bonito como este, conduzir este carro nestas ruas é um privilégio”, salientou Coulthard.

Na temporada atual, a Red Bull venceu os oito Grandes Prémios já realizados, com seis vitórias para o neerlandês Max Verstappen, bicampeão mundial e o líder destacado da classificação, e dois triunfos do mexicano Sergio Pérez, principal perseguidor na tabela.

“Todas as equipas existem para vencer. Ficaria surpreendido se a Red Bull vencesse as corridas todas. A Aston Martin está a fazer um trabalho fantástico, a Mercedes está a regressar, a Ferrari está a realinhar peças… Existe uma grande competição”, considerou.

No entanto, David Coulthard, de 52 anos, não acredita que alguém consiga, esta época, destronar Max Verstappen da liderança, embora necessite de “trabalhar arduamente”.

“O Max é incrível. A equipa está a trabalhar bem e ele está a conduzir lindamente, mas, na Fórmula 1, ninguém ganha todas as corridas. O Max tem de trabalhar arduamente, mas neste momento é o homem mais provável de vencer. Não creio que alguém possa batê-lo”, opinou o vice-campeão mundial em 2001, na McLaren, atrás do alemão Michael Schumacher.

Durante a tarde, também o lituano Aras Gibieza, a realizar acrobacias numa mota, e os pilotos Elias Hountondji, da Alemanha, e Conor Shanahan, da Irlanda, em derrapagens ao volante de dois carros BMW M4, deram ainda mais espetáculo ao evento, que teve igualmente um desfile de marchas populares, ‘breaking’ e uma atuação de Kappa Jotta.