Na apresentação à comunicação social do 18.º Estágio do Jogador, em Odivelas, Joaquim Evangelista anunciou a criação de um plano que pretende mobilizar também “os demais agentes desportivos, a federação e o Governo”, de modo a “reforçar o montante” que o sindicato vai aplicar.
“Queremos criar um fundo que, do ponto de vista económico e de saúde, com carências efetivas, dê uma resposta financeira. Dar também uma resposta social aos jogadores que não têm condições para manter a sua profissão e criar um mecanismo de apoio por um determinado período. Finalmente, promover a formação, qualificar os jogadores neste período, mas pagar aos jogadores uma bolsa para fazerem essa formação. É um ‘win-win’ para o jogador, porque ganha competências próprias e ganha um recurso financeiro para fazer face às dificuldades”, explicou.
Joaquim Evangelista mostrou-se preocupado com a II Liga e o Campeonato de Portugal, suspensos e posteriormente cancelados devido à pandemia, sem confirmação oficial de quando terão início, mas frisou a necessidade de “haver uma cultura de solidariedade”, com o estágio a servir de “promoção do futebol e do jogador português”.
O estágio, que “é uma iniciativa de referência na pré-época desportiva”, pretende preparar “mental e fisicamente” o regresso dos futebolistas à competição, não apenas os atletas sem contrato, mas também os que não tem condições de treino devido ao encerramento dos clubes onde alinham, como o caso de Bruma e João Mário, internacionais portugueses que treinaram em Odivelas durante esta fase.
“O sindicato dá condições ao nível de um clube profissional. Temos uma bateria de testes ao nível da ‘performance’ que muitos dos clubes não têm na I Liga. Temos um relvado que muitos clubes da I Liga invejam”, ressalvou o presidente do SJPF.
O ex-futebolista João Vieira Pinto, atualmente na direção da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), visitou hoje a Academia do Jogador, em Odivelas, e apelou aos atletas presentes para “aproveitarem esta oportunidade”, lembrando que a taxa de empregabilidade é superior a 70%, “um valor muito positivo para a realidade” do futebol português.
“Falei aos jogadores da importância de darem força ao sindicato, para o sindicato ter ainda mais força para os ajudar e que, ao mesmo tempo, reconheçam o trabalho que o sindicato está a fazer. O crescimento e a influência do sindicato têm sido enormes ao longo dos últimos anos e estas instalações são a prova disso mesmo”, afirmou.
O cientista e fisiologista do exercício Sandro Freitas, responsável pelo desenvolvimento da ‘performance’ do SJPF, disse que o objetivo passa por “garantir que os atletas ganhem confiança”, num processo que “parou o mundo e o desporto” e provocou “um grande impacto nos próprios jogadores”, garantindo que o ‘feedback’ e os indicadores “têm sido muito positivos”.
“Estamos apetrechados tecnologicamente de equipamento feito por nós, com algoritmos próprios, que passam por testes de velocidade, aceleração, competência aeróbia, agilidade e mudança de direção, força e um conjunto de testes de natureza antropométrica e corporal. Por vezes, nem os grandes clubes conseguem ter esta metodologia”, ressalvou.
O 18.º Estágio do Jogador, que teve início em 13 de julho, prolonga-se até 04 de setembro, na Academia do Jogador, em Odivelas, tendo como embaixador o treinador e ex-futebolista Jorge Silas.
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