Os verde-e-brancos vêm de uma moralizadora vitória em Guimarães, terreno onde, na temporada passada, deixaram escapar uma vantagem de três golos, curiosamente também depois de um jogo europeu (vitória por 2-0, em Alvalade, frente ao Légia de Varsóvia). A goleada por cinco tentos sem resposta mostrou uns leões mais confiantes no ataque (a colocação de Bruno Fernandes entre a dupla Battaglia/Adrien e Bas Dost parece estar a dar os seus frutos no momento ofensivo do Sporting) e a manter a solidez defensiva que parecia não existir na pré-temporada (até agora Rui Patrício não foi buscar a bola ao fundo da baliza uma única vez, em jogos oficiais).
Assim sendo, o que esperar de um Sporting que teve duas das suas principais a acabarem o último jogo “mortos”, nas palavras do seu treinador?
Campeonato vs. Liga dos Campeões
De acordo com Jorge Jesus, o foco dos leões nesta época não está nas competições europeias. “A Champions é importante do ponto de vista financeiro. Mas do ponto de vista desportivo a Liga é a mais importante par adeptos e toda a estrutura do Sporting”, disse o técnico dos verde-e-brancos no final da partida com os vimaranenses.
E a verdade é que, se compararmos os reforços desta temporada do clube leonino com os da época passada, vemos que a aposta no chamado “mercado interno” e em jogadores que conhecem o futebol português, ainda que possam ser opções para o banco e não para o onze titular) foi evidente. Se no ano passado Beto, Elias e Markovic eram os únicos reforços com jogos no campeonato português — curiosamente, nenhum deles faz parte do atual plantel leonino), este ano temos Salin, André Pinto, Fábio Coentrão, Battaglia, Mattheus e até, se quisermos, Bruno Fernandes, como parte do grupo de jogadores que reforçaram os leões e que possuem já algum conhecimento do que é o futebol nacional (apesar deste último nunca ter jogado no principal escalão do nosso futebol até este ano).
Será este um Sporting mais de “consumo interno”? O início de época mostra que sim. Três vitórias, oito golos marcados, zero sofridos. É o melhor arranque desde que Jesus “pegou” na equipa leonina: na época passada também venceu os três primeiros jogos, mas marcou menos golos – cinco – e sofreu um, ao passo que há duas épocas os leões já somavam um empate quando tinham decorrido três jornadas.
É óbvio que é muito cedo para fazer previsões: o Sporting apenas realizou quatro jogos oficiais. Mas as palavras do técnico leonino logo desde o início parecem indiciar que o foco deste ano é indiscutivelmente o campeonato. E o próximo jogo é já com o Estoril, no domingo, em Alvalade, numa jornada em que o SL Benfica visita o Rio Ave (que é o único clube, para além dos chamados "três grandes", que conta por vitórias os três jogos realizados) e o FC Porto desloca-se a Braga para defrontar os arsenalistas, que também só perderam com o campeão em título, na Luz.
Contudo, a verdade é que o desejo de poder contar com mais reforços – é sabido que Jesus gostava de poder somar ao plantel “um jogador com características ofensivas”, para além da possibilidade de poder ainda chegar um lateral-direito para concorrer com Piccini e, eventualmente, jogadores que possam colmatar as (ainda) possíveis saídas de William Carvalho e Adrien Silva – não pode ser dissociado da injeção monetária que a entrada na Liga dos Campeões dá aos cofres do clube liderado por Bruno de Carvalho.
Por essa razão, é provável que Jorge Jesus aposte na equipa que goleou o Vitória de Guimarães na última jornada, partindo do princípio que Mathieu recuperou da lesão que o fez ser substituído por André Pinto no decorrer da partida e que o cansaço da última partida não torna impossível a utilização, de início, de algum dos jogadores que atuaram frente aos comandados de Pedro Martins.
A partir das 19h45 (hora de Lisboa), desfazem-se as dúvidas e 90 minutos depois saber-se-á se o Sporting CP fará companhia a SL Benfica e FC Porto no sorteio da fase de grupos da Liga dos Campeões.
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