Após identificação dos arguidos, em comunicado distribuído aos jornalistas, o juiz de instrução criminal do Tribunal do Barreiro confirmou que todos os arguidos decidiram prestar declarações e que os trabalhos foram suspensos, porque os advogados pediram para consultar a informação disponível nos autos, estando o reinício dos trabalhos marcado para sexta-feira, pelas 09:30.
Entre estes quatro detidos estão o ex-líder de claque do Sporting Juventude Leonina Fernando Mendes e o condutor e os ocupantes da viatura que no dia das agressões entrou nas instalações da Academia do Sporting em Alcochete e retirou alguns dos alegados agressores.
A disponibilidade para prestarem declarações em tribunal foi confirmada pelo advogado Francisco Macedo.
O defensor de Nuno Torres, o arguido que conduzia a viatura, afirmou que Nuno Torres nada teve a ver com as agressões e que foi convidado para uma conversa com os jogadores na Academia, convite pelo qual se terá sentido muito honrado, e garantiu que o seu constituinte desconhecia totalmente os incidentes que, entretanto, tinham ocorrido no local.
Francisco Macedo defendeu ainda a ideia de que os quatro detidos não podem ser responsabilizados pelos mesmos crimes imputados aos outros 23 arguidos detidos no dia 15 de maio, pouco depois dos incidentes, e que se encontram a aguardar julgamento em prisão preventiva.
De acordo com a Procuradoria Distrital de Lisboa (PGDL), os quatro detidos foram constituídos arguidos “por existirem fortes indícios de comparticipação” na invasão e agressões ocorridas na Academia do Sporting, em 15 de maio.
Segundo a mesma fonte, os factos em causa são “suscetíveis de integrar a prática dos crimes de introdução de lugar vedado ao público, ameaça agravada, ofensa à integridade física qualificada, sequestro, dano com violência, detenção de arma proibida agravada, incêndio florestal, resistência e coação sobre funcionário e terrorismo”.
No dia 15 de maio, a equipa de futebol do Sporting foi atacada na Academia do clube por um grupo de cerca de 40 alegados adeptos encapuzados, que agrediram técnicos, jogadores e ‘staff’.
Na altura a GNR deteve 23 dos atacantes, que permanecem em prisão preventiva.
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