“Num período em que nós esperávamos que o desporto pudesse ter um papel de alavanca, de motor dinamizador de retoma económica europeia e mundial, com atitudes adultas, maduras, responsáveis por parte de todos os dirigentes desportivos, foi grande a frustração, a deceção que um punhado de dirigentes estivesse mais preocupado em satisfazer a sua ganância, procurando seguir a via da rutura, desafiando a UEFA, o futebol europeu e um modelo sustentado e com sucesso de décadas”, criticou.

No Porto, à margem da apresentação do plano de ação da SIGA Europa, o dirigente, que já liderou a Associação das Ligas Europeias de Futebol (ECA), destacou os “enormes desafios” que o desporto enfrenta, pelo que entende que “este não é tempo para ruturas, individualismos”.

“Que cada um esteja ao nível das responsabilidades, das exigências. (…) Espero que sejam tiradas lições, que se veja mais do que a guerrilha, a tribalização do futebol dos últimos tempos. Espero que seja um momento de viragem, convergência”, vincou.

Emanuel Medeiros recordou os dados da UEFA, que estima um prejuízo de 8,7 mil milhões de euros que a pandemia da covid-19 provocou ao futebol, assumindo que “cada clube sentiu isso na carne”, o mesmo resultando numa “perturbação da estabilidade das competições”.

Emanuel Medeiros quer ver o desporto, e em particular o futebol, a “regenerar-se e a dar o exemplo”, sendo que, para isso, “a integridade deve estar no topo da agenda, com muitas reformas a fazer”.

Recordou que o fim do “projeto divisionista e fraturante” da Superliga “não vai resolver todos os problemas estruturais” que entende que o futebol tem, insistindo que os organismos devem refletir sobre o caminho e governança que têm seguido, para perceber a melhor forma de “tirar pleno aproveitamento das suas potencialidades”.

No caso do futebol, especial preocupação para a “integridade financeira”, nomeadamente no “zelar para que o sistema de transferências de jogadores seja feito com total transparência e não de forma opaca, obscura, com fundos sedeados em paraísos fiscais à margem de qualquer escrutínio”.

“O futebol tem de ser governado como é jogado, às claras, sem subterfúgios, camuflagens, corrupção”, concluiu.

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