A final dos 4x100 metros masculinos teve uma ausência 'impensável', a dos Estados Unidos, eliminados nas meias-finais, no que é já o pior momento de sempre da sua velocidade - uma situação que permitiu uma final mais 'aberta' que o habitual.
Quando parecia certo o triunfo dos britânicos, Filippo Tortu recuperou vários metros na reta da meta e embalou para o inédito ouro dos transalpinos, que contaram com o campeão do hectómetro, Lamont Marcell Jacobs, no segundo percurso.
O tempo final, 37,50 segundos, é recorde italiano e supera por um centésimo a equipa britânica, que liderou até aos últimos cinco metros de corrida. O cronómetro marcou 37,70 para o Canadá, de Andre de Grasse, no terceiro lugar.
Na estafeta feminina, o quarteto jamaicano entrou com o pódio dos 100 metros individuais e foi liderado por Elaine Thompson, a campeã dos 100 e 200 metros, que assim chegou à sua terceira medalha de ouro em Tóquio2020.
A marca de 41,02 segundos é recorde da Jamaica e indica que este grupo de atletas - em que também estão Shelly-Ann Fraser-Pryce e Shericka Jackson - pode chegar ao recorde do Mundo.
Os Estados Unidos ficaram com a prata, com 41,45 segundos, e as britânicas, com 41,88, asseguraram o terceiro lugar.
O sonho de três medalhas de ouro, em 1.500, 5.000 e 10.000 metros, por parte da holandesa Sifan Hassan acabou hoje em Tóquio, batida na mais curta dessas finais olímpicas pela queniana Faith Kypiegon.
Hassan tentou tudo para continuar com a 'tripla' na mente - já é campeã de 5.000 e disputa sábado os 10.000 - e lançou a corrida para bases muito rápidas, de que se aproveitaram bem Kypiegon (recorde olímpico com 3.53,11 minutos) e a britânica Laura Muir (3.54,80, recorde nacional).
A holandesa terminou em 3.55,86 minutos, uma marca igualmente excelente, que em muitas ocasiões chegaria amplamente para a vitória.
Kypiegon acabou, assim, por defender o seu título olímpico, numa sessão em que não foi a única a fazê-lo - imediatamente antes, a bahamiana Shaunae Miller-Uibo já o tinha conseguido nos 400 metros.
Desde a francesa Marie-José Perec, em 1992 e 1996, que ninguém conseguia defender o 'cetro' na volta à pista, sendo que Miller-Uibo teve mesmo de esperar cinco anos, para esta edição excecionalmente fora da data normal.
Miller-Uibo fez uma marca de grande valia também, com 48,36 segundos, novo recorde continental, e fará com que a bandeira do pequeno país das Américas volte a subir ao lugar mais alto, a exemplo do que aconteceu nos 400 metros masculinos, com Steven Gardiner.
Para a prata, embalou a dominicana Marileidy Paulino, com 49,20 segundos, novo recorde nacional, e para o bronze a antiga campeã Allyson Felix, dos Estados Unidos, ainda teve forças para correr em bons 49,36.
O ugandês Joshua Cheptegei, recordista mundial da distância, é o novo campeão olímpico dos 5.000 metros, triunfando com uma fulgurante mudança de andamento a 500 metros do fim.
Quando Cheptegei arrancou para o ouro, nenhum dos adversários 'teve pernas' o acompanhar, apesar de ter sido uma corrida relativamente lenta, vencida em 12.58,15 minutos.
Moh Ahmed, do Canadá, surpreendeu com a prata, em 12.58,61 minutos, e com o bronze ficou o norte-americano Paul Chelimo (12.59,05).
Mais uma vez, os quenianos ficaram fora do pódio, não conseguindo melhor que o quarto lugar de Nicholas Kimeli.
O penúltimo dia de provas no estádio olímpico de Tóquio teve ainda a final do lançamento do dardo, que fechou com o primeiro grande sucesso internacional para a chinesa Shiying Liu, que atirou a 66,34 metros, bem acima da concorrência.
O segundo lugar foi para a polaca Maria Andrejczyk (64,61 metros) e o bronze para a campeã mundial, a australiana Kelsey-Lee Barber, a chegar aos 64,56.
Na marcha, em Sapporo, a cerca de 800 metros da capital, foram coroados a italiana Antonella Palmisiano, nos 20 km, e o polaco Dawid Tomala, na despedida do programa oficial dos 50 km.
Dois portugueses estiveram em ação: João Vieira foi quinto, dois anos após ter sido vice-campeão mundial, e Ana Cabecinha 20.ª, um resultado que a leva a ponderar a continuidade da carreira.
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