“Se há um segredo, é não mexermos muito e não alterarmos o que está feito. Temos uma ideia e modelo de jogo implantados e não faz sentido alterar tudo por um jogo. Vamos ter uma dificuldade acrescida, porque não consigo adivinhar a equipa que o Benfica vai apresentar amanhã [terça-feira], é provável que haja alguma rotatividade”, sublinhou.
Em conferência de imprensa de antevisão, no Estádio José Gomes, na Amadora, palco do encontro da ‘prova rainha’, Rui Santos manifestou a crença de que “no futebol tudo é possível”, pois “cada jogo tem uma dinâmica própria” e “há momentos que fazem com que o jogo caia mais para um lado ou para o outro”, lamentando a ausência de público no recinto.
“Seria um jogo muito emotivo, de estádio cheio. A enorme massa associativa do Estrela da Amadora, desejosa como está de acompanhar a equipa, ia comparecer em grande número. Trazia um ambiente completamente diferente ao jogo e ao estádio, seria uma experiência ainda mais fantástica, mas não é possível”, expressou.
Satisfeito por saber que o treinador das ‘águias’, Jorge Jesus, que iniciou a carreira no Estrela da Amadora, acompanha a atualidade dos ‘tricolores’, Rui Santos advertiu que poderá ser uma vantagem do adversário, uma vez que o Benfica “fica muito diferente quando muda algumas peças” e que não tem “assim tantos pontos fracos como as pessoas querem fazer crer”.
Com o jogo da terceira eliminatória entre Benfica e Paredes, igualmente do Campeonato de Portugal, como referência, embora tenha sido “há algum tempo” e o Benfica está “noutro contexto”, o ‘timoneiro’ dos amadorenses garantiu que o plantel que orienta, apesar de muito jovem, tem “muita maturidade”.
“Não precisamos de fazer grandes incentivos e apelos à mentalidade deles. É um grupo jovem, mas com maturidade competitiva muito grande. Tínhamos três jogos antes do Benfica e só falámos do Benfica no balneário no treino de ontem [domingo]. No dia seguinte ao sorteio, no pequeno-almoço no refeitório, não houve um jogador que entrasse eufórico porque tinha calhado o Benfica”, contou.
Rui Santos não tem dúvidas que o Estrela da Amadora demorará pouco a alcançar de novo os campeonatos profissionais: “Com a estrutura profissional que conseguiu montar, aliada às condições de trabalho que temos e com o apoio que os adeptos nos dão, acredito que, num futuro próximo, o Estrela vai para os campeonatos profissionais.”
O ‘capitão’ do Estrela da Amadora, o guarda-redes Filipe Leão, admitiu que o maior prémio que os jogadores podem receber “já é jogar contra o Benfica”, estando feliz por receber os ‘encarnados’, em vez de visitar a Luz, e por “ser uma montra para todos”.
“O sentimento é especial. Não se joga todos os dias contra o Benfica. No Campeonato de Portugal, não estamos habituados a jogar com um ‘grande’ e vai ser um dia especial, sem dúvida”, ressalvou.
Os líderes da série G do Campeonato de Portugal recebem, na terça-feira, a partir das 21:15, o Benfica, atual terceiro classificado da I Liga, em encontro dos oitavos de final da Taça de Portugal de futebol, arbitrado por João Bento, da associação de Santarém.
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