Sagan, de 28 anos, impôs-se ao campeão suíço de estrada Silvan Dillier (AG2R La Mondiale), que tinha estado na primeira grande fuga do dia, cumprindo os 257 quilómetros da 106.ª edição da ‘Rainha das clássicas’ em 5:54.06 horas, com o holandês Niki Terpstra (Quick-Step Floors) a fechar o pódio 57 segundos depois.
Para o eslovaco, é o segundo ‘Monumento’ da carreira, depois da Volta a Flandres de 2016, sendo que Sagan é o primeiro campeão do mundo de estrada desde o francês Bernard Hinault, em 1981, a triunfar no ‘Inferno do Norte’, como é conhecida a clássica, caracterizada pelas muitas secções de empedrado ('pavé').
Um dos nomes mais conhecidos e populares do pelotão, o ciclista eslovaco elegeu esta temporada um arranque com menos provas com vista a chegar em melhor forma à clássica, tendo triunfado, antes, numa etapa do Tour Down Under, na Austrália, e na clássica belga Gent-Wevelgem.
“Este ano (no Paris-Roubaix), nunca estive em quedas, nunca tive furos, guardei energia e quando ataquei, continuei a ir até final. Terminei muito melhor do que nos outros anos, em que estava muito mais cansado no fim”, explicou, no final da prova, o eslovaco.
Sagan, o primeiro eslovaco a triunfar na prova, elogiou ainda o “grande trabalho” dos colegas de equipa, em particular ao manterem o pelotão, que integrava os principais favoritos, compacto antes do seu ataque, e manifestou estar “muito feliz pela sensação fantástica” de triunfar na prova francesa, que tinha apontado como um dos grandes objetivos para 2018.
A 54 quilómetros do fim, e depois de a Bora Hansgrohe ter controlado as movimentações do grupo com a maior parte dos ciclistas com aspirações à vitória final, Sagan atacou, sem que ninguém conseguisse responder, e juntou-se rapidamente aos homens da frente, os ‘resistentes’ da fuga do dia, onde seguia Dillier.
Até final, Sagan foi aumentando a vantagem sobre o grupo, com o campeão suíço a contribuir para o ritmo elevado imposto pelo eslovaco, que esperava entrar isolado no velódromo em Roubaix, para a última volta antes do final.
Dillier lutou até ao fim, mas nos últimos 500 metros a ponta final de Sagan, um especialista em clássicas e no ‘sprint’, foi forte demais para o campeão suíço de estrada, sendo que o homem da camisola arco-íris, tricampeão do mundo, levou o segundo ‘Monumento’ de uma carreira recheada de vitórias.
O vencedor de 2017, o belga Greg van Avermaet (BMC), teve este ano que se contentar com o quarto lugar, a 1.34 minutos, com o compatriota Jasper Stuyven (Trek-Segafredo) no quinto posto.
O checo Zdenek Stybar (Quick-Step Floors), que ao lado do colega de equipa Terpstra era apontado como um dos grandes favoritos, não foi além do nono posto, com o belga Jelle Wallays (Lotto Soudal), que acompanhou Sagan e Dillier até 26 quilómetros da meta, a fechar no 14.º posto.
O português Nelson Oliveira (Movistar) voltou a sofrer uma queda no Paris-Roubaix, depois de em 2017 ter caído e abandonado depois de uma lesão num joelho, tendo desta feita sido transportado para o hospital após uma queda no primeiro setor de ‘pavé’.
Segundo a imprensa local, o ciclista luso terá sofrido uma dupla fratura na clavícula, mas a equipa espanhola apenas confirma, em comunicado, que Oliveira se encontra no hospital “a conhecer a magnitude das suas possíveis lesões”.
O colega de equipa Nuno Bico, o outro ciclista luso em prova, fechou a prova no 91.º posto, a 17.41 minutos de Sagan, na primeira vez que conseguiu terminar a prova, depois de ter abandonado em 2017 após uma queda.
A 106.ª edição fica ainda marcada pela queda do belga Michael Goolaerts (Vérandas Willems-Crélan), que foi transportado de helicóptero para o hospital de Lille após uma queda.
O ciclista de 23 anos sofreu uma paragem cardiorrespiratória e encontra-se em estado grave, após ter-se acidentado numa das secções de ‘pavé’ iniciais.
Comentários