Cada jogo é um jogo. Este é um dos lugares comuns do futebol. A tal equipa “cínica”, com laivos de italiana, constituída por jogadores mais “pragmáticos” e “realistas”, com “cultura tática”, deu lugar, nos últimos dois jogos, a uma apática formação leonina, transfiguração traduzida em duas derrotas consecutivas (Estoril, na Liga e Porto, na primeira mão da meia final da Taça de Portugal).
Esta noite, em jogo da 22ª jornada, os 'leões' vestiram o fato de uma formação inglesa. Usaram e abusaram dos cruzamentos, atacaram, muito e criaram uma mão cheia de oportunidades de golo. Concretizou ao minuto 78, por William, de cabeça, nas alturas, que meteu a bola nas redes e por Montero (90’), de pé direito. Curta eficácia, para tanto remate à baliza, numa exceção à regra leonina que com o avançado Bas Dost, cria poucas oportunidades de golo, mas marca, enquanto a dupla Doumbia e Montero, peca, e muito, na finalização.
Diante o Feirense, os leões apresentaram um volume ofensivo pouco habitual esta época, em especial na primeira parte, ora através de dois livres de Mathieu, ora pela cabeça de Montero e Bryan Ruiz. Mas em especial por Doumbia, que chegou a introduzir a bola na baliza de Caio, mas que o videoárbitro mostrou uma falta prévia ao lance.
E o VAR viria a entrar outra vez em campo. O árbitro Luís Ferreira marcou uma grande penalidade por pretenda mão na área do Feirense, levou a mão ao ouvido, correu para a linha de meio banco junto à bancada oposta à dos bancos de suplentes, fez aquele gesto que os estádios portugueses já conhecem de cor (imagem do retângulo mágico), seguiu-se a habitual pausa com adeptos de pé à espera. Não foi penalidade.
Os homens de Santa Maria da Feira, vestidos de azul, à italiana, foram sempre jogando em rápidos contra-ataques, de forma cínica. No primeiro tempo a formação comandada por Nuno Manta, por duas vezes, foi à baliza de Rui Patrício: numa o internacional português defendeu para canto, noutra, nos segundos finais, desviou com o olhar. Nos segundos 45 minutos atirou uma bola ao ferro que ia gelando Alvalade.
Num encontro que coincidiu com a data de nascimento do professor Mário Moniz Pereira (11-02-1921), num fim de semana de Carnaval e a anteceder o Dia dos Namorados (e dia Internacional do Preservativo), 14 de fevereiro e a Assembleia-Geral (dia 17), já se sabia que a “ala” esquerda leonina subiria ao relvado renovada. Coentrão e Acunã, castigados no jogo da taça de Portugal no Dragão, deram o lugar a Bruno César e Bryan Ruiz. Jorge Jesus viria a retirá-los de campo, metendo dois estreantes, Rafael Leão (avançado da equipa B) e Lumor (contratação de inverno, vindo do Portimonense). O mesmo destino teve o perdulário Doumbia.
O jogo terminou com uma vitória do Sporting, uma vitória que poderia ter sido mais expressiva. Tivessem jogado mesmo à inglesa.
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