O ‘corte’ [quebra no pelotão, que fica dividido em uma ou mais colunas] coloca Roglic e o antigo líder, o equatoriano Richard Carapaz (INEOS), com menos de um segundo de diferença, levando vantagem o vencedor de 2019 da Vuelta, que hoje se impôs na chegada a Suances.
Além dos três segundos, Roglic bonificou 10 segundos por vencer a tirada, após os 185 quilómetros entre Castro Urdiales e Suances, tendo batido o austríaco Felix Grossschartner (BORA-hansgrohe), segundo colocado, e o italiano Andrea Bagioli (Deceuninck-QuickStep), terceiro.
Carapaz foi 14.º e, com a decisão da organização da Vuelta, caiu para segundo da geral individual, com irlandês Dan Martin (Israel Start-Up Nation) a fechar o pódio, a 28 segundos.
Num dia com apenas uma contagem de montanha, mas de um final ‘enganador’ para os ‘sprinters’, mais propício a ciclistas rápidos e com boa ponta final em pequenas ascensões, como a que se verificou hoje até à meta, foi o principal favorito à vitória final a brilhar de novo.
Antes, a sete quilómetros da meta, o português Ivo Oliveira (UAE Emirates) seguiu na roda do francês Rémi Cavagna (Deceuninck-QuickStep), à procura de surpreender o pelotão e discutirem entre si a vitória, mas não conseguiram mais do que algumas dezenas de segundos antes de serem reintegrados.
Na luta pela vitória em etapa, foi Daniel Martin o primeiro a lançar o ‘sprint’, mas de muito longe, e nos últimos 200 metros ninguém conseguiu superar ‘Rogla’, que mantém o bom momento de forma, com um ‘hat trick’ na Vuelta.
Vencedor em 2019, o esloveno persegue nova vitória nesta grande volta, depois da desilusão na Volta a França, perdida no final para o compatriota Tadej Pogacar (UAE Emirates), num ano em que já triunfou também na Liège-Bastogne-Liège, voltando hoje a mostrar dotes em chegadas rápidas.
“É sempre bom ganhar, é algo que quero sempre fazer. Hoje, tive pernas para o conseguir”, congratulou-se o campeão esloveno de fundo, após o final.
O dia foi ‘animado’ para os comissários, que voltaram a ter de fazer correções na tabela pelo segundo dia consecutivo, após terem atribuído, na nona etapa de quinta-feira, a vitória ao alemão Pascal Ackermann (BORA-hansgrohe), por irregularidades no ‘sprint’ do irlandês Sam Bennett (Deceuninck-QuickStep).
Apesar de chegar à liderança, o novo camisola vermelha, que já tinha liderado a Vuelta do primeiro ao quinto dia e hoje somou o quarto triunfo na prova, o terceiro em 2020, admite que esta melhoria “não muda muito as coisas”.
“A equipa está muito concentrada, e eu também, sobretudo para este final de semana”, atirou, referindo-se às duas etapas rainha da prova, nas Astúrias.
Rui Costa (UAE Emirates) foi o melhor português nesta etapa, ao chegar no 44.º posto, a 32 segundos, e segue em 37.º da geral, com Nelson Oliveira (Movistar) a manter o 51.º lugar, após hoje ser 66.º.
Ricardo Vilela (Burgos-BH) foi 63.º e aproveitou para subir à 91.ª posição da geral, em que Ivo Oliveira é 120.º e o irmão Rui Oliveira (UAE Emirates) é 139.º.
No sábado, a 11.ª de 18 etapas liga Villaviciosa ao Alto de Farrapona, num dia de alta montanha, com quatro contagens de primeira categoria e uma outra de terceira, na primeira de duas jornadas decisivas, antes de, no domingo, o pelotão subir o Angliru.
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