O organismo máximo do atletismo mundial confirmou, em comunicado, que "não recebeu os pagamentos devidos pela Federação Russa de Atletismo [RusAF], cujo prazo terminava em 01 de julho, nem qualquer informação sobre quando serão liquidados".
Na segunda-feira, a Rússia falhou o pagamento de uma multa imposta em março, no valor de nove milhões de euros - metade dos quais suspensos - pelo facto de a anterior federação russa ter apresentado, em 2017, documentos falsos como álibi para o atleta Danil Lysenko, que falhou um teste de doping.
O presidente da RusAF, Yevgeny Yurchenko, confessou que a federação não tem meios financeiros para liquidar a multa imposta pela World Athletics, apontando a crise do coronavírus como motivo fundamental para os depauperados cofres da instituição.
Em março, a World Athletics limitou a 10 o número de atletas que a Rússia poderia apresentar nos Jogos Olímpicos, em Mundiais e Europeus e impôs como condição o pagamento de 4,5 milhões de euros antes de 01 de julho.
Falhado o prazo, o programa "atleta neutro autorizado" a competir em eventos internacionais fica suspenso para os russos considerados limpos de doping, que, por isso, têm podido participar em provas, mesmo com a sua federação suspensa.
O atletismo russo encontra-se suspenso internacionalmente desde 2015, na sequência de um mega escândalo de doping.
Em 18 de julho de 2016, a AMA divulgou um relatório, elaborado pelo professor canadiano Richard McLaren, segundo o qual o governo russo dirigiu um programa de dopagem no desporto com apoio estatal e com participação ativa do ministro dos Desportos e dos serviços secretos.
Segundo o relatório, o esquema abrangeu, entre outros eventos, os Jogos Olímpicos Londres2012 e Sochi2014 (inverno), as Universíadas e os Mundiais de atletismo de 2013.
Desde então, o desporto russo tem sido abalado pelo escândalo, que levou o Comité Olímpico Internacional (COI) a colocar nas mãos das federações de modalidade a decisão de autorizar os atletas a participar nos Jogos Olímpicos Rio2016, mas sob bandeira neutra.
No final de 2019, numa decisão unânime, a Agência Mundial Antidopagem (AMA) castigou a Rússia com a exclusão dos Jogos Olímpicos de Verão Tóquio2020, de Inverno Pequim2022 e de todos os campeonatos do Mundo.
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