A decisão de não oposição ao negócio foi tomada na quinta-feira, considerando a AdC que o negócio “não é suscetível de criar entraves significativos” à concorrência efetiva neste mercado.
Foi a 16 de maio que o espanhol Abanca notificou a Adc desta operação de concentração, resultante do controlo exclusivo sobre os ativos incluídos na atividade de “clientes particulares e comerciais” da sucursal portuguesa do banco alemão, mês e meio depois de a operação ter sido publicamente anunciada pelos espanhóis.
Os resultados líquidos do Deutsche Bank, no primeiro trimestre deste ano, caíram para 120 milhões de euros, menos 79% do que no mesmo período de 2017, enquanto o Abanca obteve, no passado trimestre, um lucro de 155,3 milhões de euros, mais 1,5% do que no mesmo período de 2017.
No anúncio de resultados, o banco espanhol defendeu que “a aquisição do Deutsche Bank Portugal PCC fortalece o modelo de negócio […], reforçando o posicionamento na venda de produtos de investimento (fundos, planos de poupança e seguros) e aumentando o seu volume de negócios em 6.500 milhões de euros”.
No início de abril, num encontro com jornalistas, o principal acionista e presidente do Abanca, Juan Carlos Escotet, escusou-se a revelar o valor do negócio, invocando ter sido pedida confidencialidade.
O grupo alemão Deutsche Bank tem vindo a desfazer-se de várias operações no estrangeiro, tendo sido anunciado em dezembro passado que os espanhóis do Santander ficariam com operações do Deutsche Bank na Polónia, um negócio a que também tinha concorrido o banco português BCP.
Mesmo com a venda da operação de retalho ao Abanca, o Deutsche Bank vai manter uma presença em Portugal, através da sucursal Deutsche Bank Portugal, que desenvolverá atividade ao nível da banca corporativa e de investimento, incluindo com serviços bancários a empresas nacionais e estrangeiras e ao Estado.
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