Cerca das 14:12 em Lisboa, o EuroStoxx 50 recuava 9,40% para 2.632,53 pontos.
As bolsas de Londres, Paris e Frankfurt desciam 8,61%, 9,53% e 9,10%, respetivamente, bem como as de Madrid e Milão, que se desvalorizavam 9,81% e 9,20%.
Esta desvalorização acontece depois de o BCE ter decidido deixar as taxas de juro inalteradas e anunciado um programa de empréstimos a longo prazo, para garantir maior liquidez no sistema financeiro durante a crise do coronavírus.
O BCE indicou que conta também comprar 120 mil milhões de euros de dívida pública e privada suplementar até ao fim do ano.
As decisões foram divulgadas em comunicado após uma reunião de política monetária do BCE, seguindo-se uma conferência de imprensa da presidente do BCE, Christine Lagarde.
O BCE decidiu levar a cabo mais operações temporárias de refinanciamento a longo prazo e melhorar as condições das que já tinha aprovado para que o sistema financeiro tenha liquidez para enfrentar a situação resultante da pandemia do coronavírus.
Segundo o comunicado, o Conselho de Governadores quer "proporcionar um apoio de liquidez imediato ao sistema financeiro da zona euro, apesar de não ver sinais materiais de tensão nos mercados monetários nem escassez de liquidez no sistema bancário".
Para evitar uma vaga de falências associadas à pandemia, o banco central modificou as condições do próximo programa de crédito aos bancos, tornando as condições ainda mais favoráveis "para apoiar os empréstimos aos setores mais afetados pelo coronavírus, em particular as pequenas e médias empresas".
O BCE autorizou também os bancos a operarem provisoriamente abaixo das exigências de fundos próprios e de liquidez em vigor, em resposta à referida crise.
Apesar de deixar as taxas de juro inalteradas, o BCE sugeriu que pode baixá-las se a situação o exigir.
A principal taxa de refinanciamento do BCE mantém-se em zero e a taxa de juro de facilidade permanente de cedência de liquidez em 0,25%. A taxa aplicada aos depósitos continua em -0,50%.
O novo coronavírus responsável pela Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.600 mortos em todo o mundo, levando a Organização Mundial de Saúde a declarar a doença como pandemia.
O número de infetados ultrapassou as 125 mil pessoas, com casos registados em cerca de 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 78 casos confirmados.
A China registou nas últimas 24 horas 15 novos casos de infeção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), o número mais baixo desde que iniciou a contagem diária, em janeiro.
Até à meia-noite de quarta-feira (16:00 horas em Lisboa), o número de mortos na China continental, que exclui Macau e Hong Kong, subiu em 11, para 3.169. No total, o país soma 80.793 infetados.
Face ao avanço da pandemia, vários países têm adotado medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena inicialmente decretado pela China na zona do surto.
A Itália é o caso mais grave depois da China, com mais de 12.000 infetados e pelo menos 827 mortos, o que levou o Governo a decretar a quarentena em todo o país.
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