A viagem começa com uma empresa que não vingou na China, a gigante Uber não conseguiu impor-se num mercado onde a solução de "referência" é a marca chinesa Didi. Este é um dos temas que quero perceber melhor, as dificuldades de entrada num mercado que tem tanto em potencial quanto em dificuldades de penetração. Um mercado imenso de potencial e concorrência.
A app para comunicarmos entre nós (participantes e equipa da organização do China Start) é o WeChat e este é outro exemplo do que funciona dentro da China e não deixa muito espaço para outros players gigantes como o WhatsApp. O WeChat é um WhatsApp 5.0 que vai muito além das mensagens, há quem transfira dinheiro ou pague o café com esta aplicação. Andamos na Europa a brincar ao "fintech" por exemplo, e as soluções implementadas na China, há muito, chegarão em breve ao nosso mercado em força! Este é um dos casos em que podemos "copiar" o que melhor se faz.
Na hora de embarcar, há que passar na validação do visto necessário para entrar na República Popular Chinesa. Tudo OK, mas um dos nossos colegas para conseguir autorização de entrada teve um processo burocrático complexo com entrevista, não terá o visto a tempo e não estará presente. Este é outro desafio: estamos tão habituados ao espaço Schengen (Livre Circulação) que nos esquecemos que não basta ir a um site comprar a passagem aérea e que nem sempre os pedidos de visto têm um OK no tempo necessário, se aprovados.
Com um pé no avião, a certeza de que em breve haverá de novo voos diretos Portugal - China, já houve no passado por exemplo Lisboa - Macau. A ida tem uma paragem em Zurique antes de Xangai. Não são muitas voltas, o regresso será mais desafiante. Os voos diretos criarão mais oportunidade de ida, mas sobretudo irão facilitar a vinda de chineses para conhecerem melhor as terras lusas.
Contra-medidas "jet lag"... não é muito saudável, já sei, mas o meu truque quando vou para a China é fazer sempre directa de forma a dormir grande parte da viagem na ida e quando chegar ao destino (noite/madrugada em Portugal) estar sincronizado com o dia (manhã na China). A temperatura é mais agradável, o problema, para mim, é sobretudo a humidade!
Saborear um chocolate suíço de boas vindas, esperar que não haja atrasos e depois embalar para a segunda etapa para Xangai.
Até breve.
Durante uma semana, Alexandre Pinto está a participar num programa para emprendedores promovido pela Cheung Kong Graduate School of Business. A viagem, o programa e a experiência vão ser relatados aqui no SAPO24 dia a dia.
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