Georgieva, que assumiu o cargo há uma semana, disse que na próxima terça-feira o FMI vai divulgar previsões de crescimento para 2019 e 2020 revistas em baixa.
"Em 2019 esperamos um crescimento mais lento em perto de 90% do mundo", afirmou a diretora-geral, num discurso proferido antes das reuniões de outono do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.
Segundo Georgieva, "o crescimento vai cair este ano para o nível mais baixo desde o início da década".
O presidente norte-americano, Donald Trump, lançou há cerca de ano e meio uma guerra comercial contra a China para pôr fim a práticas comerciais consideradas "desleais".
O conflito, que tem levado à imposição de sucessivas taxas alfandegárias punitivas a uma vasta lista de produtos, afetou consideravelmente o comércio internacional, não apenas entre os dois países, mas no mundo inteiro.
"O crescimento do comércio mundial está quase em ponto morto", indicou Georgieva.
Numa altura em que a administração Trump ameaça aplicar novas taxas a outros parceiros, como a União Europeia (UE), a confiança dos investidores tem recuado.
O Produto Interno Bruto (PIB) mundial pode ser cortado em cerca de 0,8% (uma perda de cerca de 700 mil milhões de dólares) até 2020 quando em julho se antecipava um recuo de 0,5%. "É o equivalente à economia da Suíça", afirmou Georgieva.
A diretora-geral do FMI exortou os países a trabalharem em conjunto "agora" para encontrar uma "solução duradoura", uma vez que a incerteza causa sobressaltos nos mercados financeiros.
Georgieva incitou também os países com margem orçamental a agirem, contribuindo para estimular a procura e o crescimento e citou a Alemanha, a Holanda e a Coreia do Sul.
Além do comércio, o difícil processo de saída do Reino Unido da UE ('Brexit') e o nível de endividamento das empresas constituem outras sérias ameaças à economia mundial.
Em alguns países, as empresas aproveitaram as taxas de juro baixas para contraírem dívidas e financiarem fusões ou aquisições em vez de apostarem no investimento, observou o FMI.
Georgieva pediu também que se passe à ação para lutar contra as alterações climáticas: "é uma crise onde ninguém está a salvo e cada um tem a responsabilidade de agir".
Neste domínio, a economista fez referência a um novo estudo do FMI que mostra que as taxas sobre o carbono são "instrumentos poderosos e eficazes" para combater as mudanças climáticas, mas devem ser acompanhados por reduções de impostos e incentivos para investir em infraestruturas limpas.
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