“No seu cenário base, a economia portuguesa terá contraído 13% em cadeia no 2.º trimestre de 2020 após uma queda de 3,8% no 1.º trimestre”, apontou, em comunicado a Católica.
De acordo com o NECEP, esta evolução justifica-se com “quedas menos acentuadas em alguns setores”, como o da construção, assim como pela recuperação do comércio a retalho e pelas operações na rede Multibanco, “se bem que parcial e ainda distante dos níveis observados no final do ano passado”.
O Católica Lisbon Forecasting Lab estimou ainda que, num cenário alternativo, a economia poderá ter contraído cerca de 20%, suportando esta percentagem com a “proporção muito elevada da população ativa, cerca de 25%, que esteve ausente do seu posto de trabalho normal durante o 2.º trimestre”.
Por outro lado, conforme apontou, este cenário é também sinalizado por indicadores como as vendas de veículos ou o número de dormidas em estabelecimentos turísticos.
Já no que se refere ao crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB), a Católica mantém o cenário anunciado em março de uma queda de 10% em 2020, sublinhando que o valor de 7% indicado no Orçamento do Estado Suplementar parece otimista.
“Esta projeção resultou da construção de cenários que permitem antever quedas do PIB entre 5% e 17% este ano, pelo que o valor de 7% indicado no Orçamento do Estado Suplementar de 2020 parece otimista já que pressupõe um segundo semestre do ano bastante favorável”, explicou o NECEP, acrescentando que o cenário central é compatível com uma taxa de desemprego de 9% no conjunto do ano.
O NECEP mantém também a perspetiva de que a economia portuguesa deverá recuar de “forma mais ou menos intensa” em comparação com a zona euro este ano, estimando que o PIB da zona euro contraia 8,3%, com cenários compreendidos entre — 11,5% e — 4%.
Já para 2021 e 2022, embora a visibilidade seja “ainda diminuta”, a economia deverá continuar inferior ao nível do PIB de 2019 no próximo ano, “com um hiato próximo dos 8% no cenário central e uma perda próxima dos 5% dois anos após o surgimento do surto pandémico”.
Porém, uma completa recuperação em 2021 face a 2019 “é possível num cenário otimista, bem como no horizonte de 2022 (+2,5%).
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 544 mil mortos e infetou mais de 11,85 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.631 pessoas das 44.859 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
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