“No conjunto dos 12 meses de 2022, as empresas do Metal Portugal venderam ao exterior 23.080 milhões de euros, apresentando um crescimento de 16,1% face a 2021, acumulando os sete melhores meses de sempre e seis registos acima dos 2.000 milhões de euros”, destaca a Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP) em comunicado.
“Assim — acrescenta — se 2021 era até agora o melhor ano de sempre, 2022 ocupa agora esse lugar, superando o valor atingido no ano anterior em 3.194 milhões de euros”.
Apenas no mês de dezembro de 2022, as exportações portuguesas do setor somaram 1.706 milhões de euros, 10% acima de dezembro de 2021.
Apesar dos bons resultados obtidos, a associação considera que, “na atual conjuntura, as perspetivas para o primeiro trimestre de 2023 têm, obrigatoriamente, de seguir critérios muito cautelosos” e avisa que, “para que o Metal Portugal continue a ser o motor e o balão de oxigénio da economia e da sociedade portuguesa, é imperativo que se adotem medidas que permitam mitigar alguns dos grandes obstáculos”.
“Neste contexto de crise global, as empresas do Metal Portugal continuarão resilientes e a dar provas de que sabem utilizar as características que melhor as diferenciam para desbravar e conquistar novos mercados. Não obstante, é conhecido o importante impacto direto e indireto que o setor tem em toda a economia nacional e é urgente que se adotem medidas suficientemente competentes para mitigar os grandes obstáculos”, sustenta o vice-presidente executivo da AIMMAP, citado no comunicado.
Concretamente, Rafael Campos Pereira considera “fundamental que o Governo português se associe ao seu homólogo espanhol, pedindo à Comissão Europeia que prolongue até ao final de 2024 a exceção ibérica que abrange Portugal e Espanha desde 15 de junho de 2022, a qual estabelece um preço máximo no gás para a produção de eletricidade”.
Adicionalmente, e “num contexto em que a atual conjuntura leva a que as empresas enfrentem estruturas de custos incomportáveis”, o dirigente associativo reitera que “a prometida e sucessivamente adiada reforma fiscal iria permitir aliviar de forma justa e expressiva os encargos que as empresas suportam para simplesmente exercer a sua atividade e criar riqueza para todo o país”.
No ano passado, a AIMMAP refere que “os subsetores metalurgia de base, produtos metálicos e máquinas e equipamentos foram os que, conjuntamente, mais contribuíram” para o resultado obtido, “seguidos pelo material de transporte”.
Já os países que tiverem um maior crescimento absoluto foram a Alemanha, Espanha, França, EUA, Angola, Irlanda e Itália.
A associação destaca o facto de se tratar de “um grupo de países que, na sua grande maioria, se caracteriza por uma enorme sofisticação e exigência, facto que não surpreende dada a aposta sustentada do Metal Portugal na qualidade, inovação e valor acrescentado”.
Deste grupo de países, e isolando os três principais mercados do Metal Portugal — Espanha, França e Alemanha — a AIMMAP destaca este último, com uma taxa de crescimento de cerca de 23%, “refletindo a aposta” feita pela associação nestes mercados, onde “há quase 20 anos promove diversas iniciativas”.
Entre estas, destaca a participação coletiva do setor na Hannover Messe, “a mais importante feira mundial de indústria e tecnologia, por muitos considerada um dos grandes motores da economia alemã, com um enorme impacto em toda a atividade económica europeia, e na qual Portugal foi o país parceiro em 2022”.
Também os EUA “continuam a registar um crescimento impressionante”, com uma taxa de 60,4%, “refletindo as grandes expectativas que as empresas têm sobre aquele mercado e deixando claramente sublinhado que as empresas do Metal Portugal que exportam com sucesso para países como a Alemanha e França também o podem fazer para os EUA”.
As vendas para o Reino Unido (excluindo a Irlanda do Norte) recuperaram e aceleraram a trajetória de crescimento, aumentando 8,9%, enquanto a Suécia e os Países Baixos — “mercados de grande importância e que assumem destaque no plano de internacionalização desenhado pela AIMMAP” — continuaram “a crescer de forma consistente e muito expressiva”: 33,2% e 18%.
Para a associação, os números de 2022 “refletem um registo que, ano após ano, ganha consistência, em que, a cada ano, o setor consegue superar-se e bater novos recordes”.
“Na verdade, os últimos anos têm sido ilustrados com o cenário do melhor ano de sempre das exportações do setor, cifra logo superada no ano seguinte, quando é atingido novo recorde”, recorda, ressalvando que “2020 foi uma exceção, refletindo o caráter excecional e sem precedentes dos impactos da pandemia e das medidas restritivas entretanto adotadas”.
Para o vice-presidente executivo da AIMMAP trata-se de “uma consistência só possível num setor de excelência que, para bater o recorde das exportações, bate muitos outros recordes”.
“Estamos a falar de um setor vanguardista no investimento em qualidade, inovação, tecnologia, formação, bem como em padrões de sustentabilidade cruciais no posicionamento do setor, que todos os dias escala para níveis superiores em mercados de extrema exigência e sofisticação”, precisa Rafael Campos Pereira.
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