“Depois dos números alcançados no mês de fevereiro e particularmente no mês de março, este último assinalado como o melhor mês de sempre nas exportações do METAL PORTUGAL, com 2.524 milhões de euros de vendas ao exterior, destaque agora para os resultados do mês de maio, representando estes os três melhores meses de 2023, os quais integram já o ranking dos 10 melhores meses de sempre no que às exportações diz respeito, um indicador que reflete a notável ‘performance’ deste setor, vital na realidade socioeconómica do país”, avança a Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP) em comunicado.
De acordo com a associação setorial, nos primeiros cinco meses deste ano as exportações cresceram aproximadamente 13,9%, e os países para os quais as vendas mais cresceram em termos absolutos foram Espanha, França, Reino Unido, Alemanha, Marrocos e o Japão.
A União Europeia, por seu turno, continua a representar o “principal destino” das exportações, com uma quota de 75% do total, adianta.
Estes resultados “confirmam e consolidam” a trajetória de crescimento do setor metalúrgico e metalomecânico, num ano onde “a conjuntura económica se mantém desafiante”, resultado da inflação, da subida das taxas de juro e do clima de incerteza proveniente da situação de guerra na Ucrânia, realça a associação do setor.
“Depois de sucessivos meses a reagir contra o contexto adverso, uma reação muito salutar por parte das empresas do METAL PORTUGAL, não só ficou confirmado mais um recorde anual com as exportações (…) a atingirem 23.080 milhões de euros em 2022, como o ano de 2023 continua a permitir prever o futuro com algum otimismo”, lê-se ainda no comunicado.
O vice-presidente executivo da AIMMAP, Rafael Campos Pereira, sublinha uma vez mais “o papel crucial” que o setor metalúrgico e metalomecânico representa na vida socioeconómica do país.
“Estamos perante um setor de excelência no campeonato da qualidade, inovação, tecnologia, formação, bem como em padrões de sustentabilidade cruciais no seu posicionamento, que todos os dias escala para níveis superiores em mercados de extrema exigência e sofisticação”, salienta o dirigente associativo.
Trata-se de um setor que, “não só cria emprego” como “zela pela melhoria contínua das condições de trabalho”, avança.
Perante esta realidade, Rafael Pereira considera que numa altura em que “o investimento em Portugal está em crise, o que se adivinha para o resto do ano em termos de escalada de taxas de juro, deixa enormes preocupações”.
Daí que, em seu entender, se imponha que o Governo “repense a sua estratégia fiscal”, que “está a captar muitos milhões de recursos” às empresas e aos trabalhadores e que “seriam fundamentais para fazer face a esta crise, zelando pelo aumento da competitividade da economia nacional”.
Para o vice-presidente executivo da AIMMAP, as exportações são a “única variável” que continua a alimentar o crescimento do Produto Nacional Bruto (PIB), pelo que afirma não compreender porque é que o Governo “continua a menosprezar a iniciativa privada que é a verdadeira fonte sustentável de criação de riqueza e com um contributo único para a principal componente que alavanca o PIB, muito particularmente o METAL PORTUGAL”.
Com um Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) “de costas voltadas para a iniciativa privada, é no mínimo constrangedor que os primeiros concursos do Portugal 2030 tenham negligenciado a atividade empresarial”, lamentou o responsável.
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