Em pouco mais de uma semana, a Facebook passou de uma das empresas mais apetitosas do mercado bolsista para uma das quais os investidores querem fugir.
A acentuada desvalorização bolsista resultou das alegações relativas à obtenção indevida de informação pessoal de milhões de utilizadores da Facebook por uma forma de consultoria política, a Cambridge Analytica, que trabalhou para a campanha eleitoral de Donald Trump.
Na segunda-feira, a Comissão Federal do Comércio (FTC, na sigla em inglês) dos EUA informou que abriu um inquérito às políticas de privacidade da empresa das redes sociais, enquanto deputados nos EUA e Reino Unido exigem respostas e querem abrir inquéritos.
Na sessão bolsista de segunda-feira, a Facebook chegou a cair 6,5%, mas acabou com um ligeiro ganho, aproveitando a maré de recuperação generalizada, depois das forte perdas na semana passada.
A desvalorização bolsista sofrida pela Facebook, em termos monetários, é de 73 mil milhões de dólares (59 mil milhões de euros).
Este valor corresponde ao que a empresa tinha em 2012, no ano em que entrou na bolsa.
Depois de um primeiro ano com altos e baixos, nos últimos quatro anos e meio tem gozado de um enorme sucesso.
Antes da recente queda, a valorização bolsista da Facebook excedia os 500 mil milhões de dólares, o que a tornava a quinta empresa mais valiosa dos EUA. Agora, caiu para o sexto lugar, atrás da Berkshire Hathaway, a holding de Warren Buffet.
Mas o escândalo sobre a forma como a Facebook lida com a informação dos seus utilizadores ocorreu depois de a empresa ter sido criticada por ter sido uma conduta de notícias falsas e propaganda produzida por agentes russos, com vista à perturbação das eleições presidenciais norte-americanas em 2016.
A empresa veio a admitir estes problemas, tal como prometeu fazer melhor depois do último escândalo.
Mas a Facebook está a enfrentar um novo tipo de crise, com utilizadores irados que podem apagar as suas contas, anunciantes que podem reduzir a publicidade e governos que a podem punir ou regulá-la de uma forma como nunca foi.
A ação está a cotar ao seu preço mais baixo desde julho e já caiu 17,1% desde que estabeleceu um valor recorde em 01 de fevereiro.
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