Numa nota, Ferro Rodrigues informa que vai estar ausente do plenário a partir das 16:30, durante o primeiro dia do debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2022.
O presidente do parlamento justifica que convidou “os líderes parlamentares a exprimirem, em encontros individuais, a sua opinião sobre a condução dos trabalhos parlamentares no caso da não aprovação da proposta do Orçamento do Estado”, prevendo regressar à sessão plenária antes do seu término.
Arranca hoje o debate na generalidade da proposta de Orçamento de Estado para 2022, que será chumbada na votação de quarta-feira em plenário, caso se mantenha o voto contra anunciado pelo BE e PCP.
Com início marcado para as 15:00, a apreciação da proposta orçamental inicia-se hoje e continuará na quarta-feira, terminando com a votação na generalidade.
Na totalidade, o ‘site’ da Assembleia da República estabelece uma duração de mais de dez horas para o debate.
A apreciação na generalidade terá lugar depois de, na segunda-feira, o PCP ter anunciado que irá votar contra o OE2022, tendo o secretário-geral do partido, Jerónimo de Sousa, defendido que o Governo se recusa a responder aos flagelos do país, apesar de haver “meios e condições” para tal.
A posição comunista veio acrescentar-se à do Bloco de Esquerda que, no domingo, também adiantou que vai votar contra a proposta orçamental caso, até quarta-feira, o Governo insista “em impor recusas onde a esquerda podia ter avanços".
Perante o anúncio da rejeição dos principais parceiros de esquerda, o Governo advertiu que, caso o Orçamento do Estado seja ‘chumbado’, ficarão comprometidas várias medidas em matérias como salários, pensões, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e legislação laboral.
Apesar disso, segundo o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, o executivo tem disponibilidade para continuar a negociar o Orçamento até à votação, adiantando, no entanto, que não podem ser criadas “ilusões”, já que foram anunciados votos contra logo na generalidade.
Além do PCP e do BE, o PEV, PSD, CDS, IL e Chega também já anunciaram que irão votar contra a proposta orçamental, sendo que o PAN e as deputadas não inscritas Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues adiantaram que se irão abster.
Caso os votos contra do PCP e BE se concretizem, determinando o ‘chumbo’ do Orçamento do Estado, o Presidente da República já anunciou que irá dissolver o Parlamento, precipitando a organização de eleições antecipadas.
(Artigo atualizado às 15:03)
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