“É previsto que a economia continue a desacelerar, gradualmente, o seu potencial de médio-prazo. O crescimento é projetado em 2,2% em 2018, atenuando para 1,8% em 2019 e para 1,4% a médio prazo. O investimento e as exportações vão continuar a ser importantes impulsionadores de crescimento”, lê-se no comunicado da equipa do FMI, que está em Lisboa no âmbito da sétima avaliação pós-programa.
Na declaração, a instituição liderada por Christine Lagarde destaca ainda que a atividade económica em Portugal permaneça “robusta”, ainda que o Produto Interno Bruto (PIB) tenha moderado face ao pico de 2017, ao ficar nos 2,1% no terceiro trimestre em termos homólogos, sugerindo uma desaceleração face ao primeiro e segundo trimestres.
“Esta desaceleração reflete essencialmente a quebra verificada nas exportações e no investimento”, refere a instituição, salientando que o mercado laboral tenha continuado a melhorar.
No entanto, o FMI estimou que o défice deverá atingir os 0,4% em 2019, um valor superior às metas do Governo, que apontavam para 0,2%.
“Apesar do declínio nos últimos anos, a elevada dívida pública continua a ter uma grande vulnerabilidade e requer a continuação dos esforços de consolidação orçamental”, referiu.
Para o FMI, as “condições favoráveis” constituem uma oportunidade para “antecipar a consolidação orçamental plurianual” prevista no programa de estabilidade do Governo e assim “acelerar a redução do défice público”.
Adicionalmente, o FMI notou que tem sido feito um “importante progresso” para reparar os balanços dos bancos, alertando que continua a ser necessário um esforço para reduzir as vulnerabilidades.
Porém, a qualidade dos ativos melhorou, com o rácio do crédito malparado a cair de 13,3% no final de 2017 para 11,7% em junho de 2018.
“Os supervisores devem garantir que os bancos acompanham os planos de redução do malparado e que fortalecem a gestão interna de risco e a gestão corporativa. Devem também incentivar os bancos a intensificar esforços para melhorar a eficiência operacional e a rentabilidade. Finalmente, os supervisores devem continuar a o monitorizar a evolução dos preços dos imóveis, que têm vindo a aumentar rapidamente em Portugal nos últimos anos”, concluiu.
Na quinta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, anunciou que Portugal vai pagar até ao final do ano a totalidade da sua dívida ao FMI, num discurso em que salientou a importância de se reduzirem encargos para futuro.
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