“É necessário dirigir uma atenção muito especial à região do Algarve, que é extremamente dependente da atividade turística”, defendeu esta manhã o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, perante os deputados da Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, na Assembleia da República.
Assim, Pedro Siza Vieira adiantou que o Governo está a preparar um programa específico de apoio à região.
De acordo com o ministro da Economia, este programa tem de ser “muito mais decidido no sentido de ajudar as empresas a sobreviver”, deve dinamizar a procura interna e externa e ajudar a que o setor do turismo na região do Algarve sobreviva até ao próximo verão.
Outra das componentes do programa específico para o Algarve, disse, tem de ser também a de “mitigar o impacto muito negativo” nos rendimentos das pessoas da região.
“O turismo em toda a União Europeia é uma atividade muito relevante. A União Europeia estimava há um mês e meio que a atividade turística na União tivesse uma redução de 60%. Aquilo que estamos a viver na região do Algarve ou da Madeira, não é um problema especificamente português”, sublinhou.
“A União Europeia reconhece que as regiões fortemente turísticas precisam de um apoio específico. Até podem ter sido poupadas à pandemia, mas serão devastadas do ponto de vista económico”, acrescentou.
O ministro da Economia não adiantou uma data para a apresentação do programa, mas referiu que será em breve.
Portugal contabiliza pelo menos 1.620 mortos associados à covid-19 em 44.129 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
As medidas para combater a pandemia paralisaram setores inteiros da economia mundial e levaram o Fundo monetário Internacional (FMI) a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 3% em 2020, arrastada por uma contração de 5,9% nos Estados Unidos, de 7,5% na zona euro e de 5,2% no Japão.
Para Portugal, a Comissão Europeia prevê que a economia recue 9,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, uma contração acima da anterior projeção de 6,8% e da estimada pelo Governo português, de 6,9%.
O Governo prevê que a economia cresça 4,3% em 2021, enquanto Bruxelas antecipa um crescimento mais otimista, de 6,0%, acima do que previa na primavera (5,8%).
A taxa de desemprego deverá subir para 9,6% este ano, e recuar para 8,7% em 2021.
Em consequência da forte recessão, o défice orçamental deverá chegar aos 6,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 e a dívida pública aos 134,4%.
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