Quando questionada pela deputada do CDS-PP Cecília Meireles, na comissão parlamentar de inquérito à gestão do banco público, sobre em quantos casos dos 25 mais problemáticos não foi disponibilizada a informação à auditora, Florbela Lima, ‘partner’ da EY, respondeu “três”.
“Para além daqueles que já identificou, em que existem documentos mas que estão no Ministério Público…”, relembrou Cecília Meireles, ao que a responsável da EY acrescentou: “Com esses, são quatro”.
Estes quarto créditos problemáticos fazem parte de um total de 60 cuja informação não foi disponibilizada à EY.
“Alguma informação tem que haver para se saber que existem devedores. O que pergunto é se há contratos assinados ou não há contratos assinados?”, questionou a deputada do CDS-PP.
“Relativamente a contratos, pareceres, despachos, no fundo a informação mínima crítica considerada por nós relevante para fazer a análise (…), ela não nos foi disponibilizada”, referiu Florbela Lima.
Cecília Meireles apelou a Florbela Lima para que percebesse a “estranheza”, uma vez que sem contratos, “no limite, esta pessoa pode nem ser devedora. Se a Caixa não tem nenhuma prova de que a pessoa recebeu aquele dinheiro”, que “aparece como tendo saído da Caixa mas não há nenhum suporte jurídico dele ter saído ou daquela pessoa ser devedora”.
“Eu não estou a dizer que não existe contrato, estou a dizer que o contrato não nos foi disponibilizado”, ressalvou a responsável da auditora EY.
Florbela Lima referiu ainda que a documentação trazida da Caixa foi a “original, à data”, e que “a informação não estava lá”, perante uma pergunta da deputada centrista sobre se o banco público não mantinha a informação noutro suporte.
“Independentemente de o Ministério Público precisar desta informação, eu presumo que a Caixa continue a tentar recuperar os créditos. Como é que o pode fazer sem suporte documental?”, ressalvou Cecília Meireles.
“Essa informação não estava disponível na Caixa Geral de Depósitos e não nos foi disponibilizada”, insistiu a ‘partner’ da EY, incluindo, “em particular”, a que estava no Ministério Público.
Para Cecília Meireles, “o facto de [o contrato] não ter sido disponibilizado é um indício bastante forte de que ele não existe”.
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