Ontem dia 31 de janeiro, data da entrevista de Alexandre Fonseca ao podcast Eco Insider a cargo de Pedro Santos Guerreiro e António Costa, era também a data apontada pela Anacom para dar a conhecer as condições do leilão das licenças 5G. “Deviam ter saído hoje, mas ainda não aconteceu”, apontou o gestor da operadora, sublinhando, uma vez mais, o atraso no processo. “Não estamos na linha da frente como estivemos no 3G e no 4G em que Portugal foi líder na tecnologia; no 5G estamos muito atrás”. As responsabilidades são apontadas à Anacom: “O regulador vive numa bolha em que acredita que as suas convicções são realidade e é completamente autista em relação ao mercado e àqueles que regula”.
A conversa teve como mote a alteração, esta semana, da marca PT Empresas, a última que restava da anterior designação comercial da operadora detida há quatro anos pelo Grupo Altice. Com a adoção da marca Altice Empresas fecha-se assim o ciclo iniciado em março de 2018 com a apresentação da marca Altice e que tem sido progressivamente adotada por todos os negócios do grupo. Mas numa entrevista que teve como pano de fundo o negócio empresarial, era difícil não falar de 5G, a nova rede móvel que em 2020 será implementada em Portugal. “A expansão da rede vai depender de várias questões”, defendeu o CEO da Altice, apontando o preço e as obrigações de cobertura como os mais decisivos. “Quanto maior for o preço das licenças, menos capacidade de investimento terão os operadores”, afirmou na entrevista ao podcast, considerando que deverá ser “muito abaixo dos 100 milhões de euros para cada operador”.
Sobre a estratégia da Altice para o segmento empresarial. Alexandre Fonseca referiu-se à mudança de marca na PT Empresas como um processo que a operadora geriu com particular rigor - “a antiga PT Empresas tem uma posição de liderança, como tal havia necessidade de sermos cautelosos” – e em que a prioridade foi conciliar o legado de “uma marca histórica” com a estratégia dos novos donos. “Não nos esquecemos nem renegamos o nosso passado e a PT Empresas foi uma marca histórica na transformação do tecido empresarial português; agora como Altice Portugal queremos deixar marca na transformação digital”.
O processo de mudança da marca Portugal Telecom para Altice fica assim completo depois de dois anis que o gestor definiu como “difíceis e exigentes” mas em que “a Altice se tornou uma marca conhecida de todos os portugueses”. Para Alexandre Fonseca, o atual momento é especialmente relevante face aos resultados apresentados referentes ao terceiro trimestre de 2019. “O crescimento quer em receita, quer em rentabilidade é uma novidade, há uma década que isso não acontecia”. Com números por fechar de 2019, o CEO da operadora acredita que o fecho do ano trará boas notícias também no segmento de televisão, aquele em que a empresa ainda não tem quota de liderança. “Acredito que estaremos num empate técnico, é apenas uma questão de tempo”.
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