Fernando Medina falava na Comissão de Orçamento e Finanças (COF), no parlamento, quando foi questionado pelo deputado do Chega Rui Afonso sobre as declarações desta terça-feira da presidente do BCE, Christine Lagarde.

“Já tive oportunidade de lhe transmitir pessoalmente a minha visão sobre a situação e o conjunto central de preocupações significativas dadas as estruturas que temos no crédito à habitação e situação do país em geral”, disse, escusando-se a comentar o discurso feito pela responsável do BCE.

Em causa está o diagnóstico feito por Lagarde, na abertura do Fórum BCE, que termina hoje em Sintra, no qual alertou que o processo inflacionista se está a tornar mais persistente e sinalizou que as taxas se deverão manter altas, descartando que num futuro próximo o banco central declare que a taxa máxima foi atingida.

A presidente do BCE também alertou para o impacto que a contribuição que a subida das margens das empresas teve na inflação, que entrou agora numa fase em que os aumentos salariais também estão a pressionar os preços, o que aliado a uma baixa produtividade coloca desafios.

Medina defendeu ainda que o Governo tem “tido eficácia no que tem sido estratégia de proteção de rendimento, mas em particular nos rendimentos dos mais vulneráveis do processo inflacionário" a que se tem assistido.