“Temos de agir, não temos outra alternativa”, afirmou Keller-Sutter em entrevista ao Neue Zurcher Zeitung, citada pela Bloomberg.
“Tem de se assegurar que um grande banco possa ir abaixo sem que, no pior cenário, arraste consigo um país inteiro para o abismo”, acrescentou a governante.
De acordo com Keller-Sutter, o objetivo do executivo suíço é proteger o Estado e os contribuintes, rejeitando qualquer hostilidade para com bancos sistemicamente importantes para o país.
A ministra das Finanças do país rejeitou comentar as propostas que serão apresentadas ao parlamento na primavera, mas sugeriu que “assuntos desagradáveis” vão ser debatidos.
Keller-Sutter defendeu que o colapso do Credit Suisse se deveu, sobretudo, ao fracasso do Conselho de Administração, da gestão e dos acionistas do banco em interromper um processo de declínio que se prolongou durante anos.
A governante acrescentou que o Conselho Federal optou pela solução com menos riscos e melhores perspetivas de sucesso, uma vez que o centro financeiro não deveria transformar-se numa cobaia para a implementação de regras que nunca tinham sido aplicadas a um grande banco.
As declarações da ministra surgem dias depois de a autoridade suíça de supervisão do mercado financeiro (Finma) ter enfatizado a necessidade de uma base jurídica mais sólida, incluindo para aplicar coimas.
O Credit Suisse, que se debatia com graves problemas financeiros, foi vendido por 3,1 mil milhões de euros ao UBS em março, quando na bolsa de valores suíça valia mais de sete mil milhões de euros.
O preço de compra muito abaixo do seu valor em bolsa era uma das condições oferecidas no final de março para a aquisição do Credit Suisse, em conjunto com a garantia de cobertura de eventuais prejuízos para o banco UBS.
O UBS renunciou à garantia de 9,3 mil milhões de euros dada pelo Governo suíço para adquirir o Credit Suisse.
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